Capítulo 19 A CAIXINHA DE VELUDO
A ILHA DO FALCÃO -- CAPÍTULO 19
A Caixinha de Veludo
Talita cruzou os braços e ficou admirando-a. Ela é realmente um anjo! A médica pensou, respirando fundo e se aproximando.
Seu rosto denotava uma expressão inocente e infantil, mas suas atitudes eram de uma mulher segura e autoconfiante. Ela era muito diferente da irmã, não se parecia fisicamente com ela, não falava da mesma maneira que ela; nem mesmo se vestia com elegância como ela. Porém, era geniosa, impulsiva e um tanto violenta como a irmã.
-- Desculpa -- a moça tocou-lhe o ombro, com delicadeza -- Não queria assustá-la.
-- Oh! Não foi nada -- a médica disse, depois de um momento -- Eu que estava distraída.
Carolina passou as mãos pelos cabelos em desalinho, sentindo o rosto queimar.
-- Vamos entrar, acho que a febre voltou. Acordei um pouco indisposta hoje -- ela abriu a porta e apontou para dentro.
-- Certo -- Talita entrou, olhando ao redor com interesse. O teto da cabana era alto, e as paredes, brancas. Grandes janelas estavam abertas para capturar a brisa. Os móveis eram pesados e antigos. Apesar de ser uma cabana no meio do mato, tudo era de muito bom gosto e beleza.
Carolina estava apenas alguns dias na casa e já havia deixado o lugar uma verdadeira bagunça. Haviam diversas peças de roupas espalhadas por cima dos móveis e almofadas jogadas no chão.
-- Natasha vai ter uns dez tipos de convulsão quando ver no que você transformou o santuário dela.
Carolina a fitou sem nenhuma preocupação.
-- Tô morrendo de medo da Natasha -- a moça deu de ombros não dando importância, mas sua expressão mudou -- Ela ainda está no Rio lambendo o chão da falsa Carolina?
-- Está -- Talita respondeu complacente, afundando-se no sofá -- Não faço a menor ideia de quando ela voltará.
-- Idiota! Está sendo enganada como uma bobinha -- ela disse, indignada.
-- Não fala assim da Natasha, ela está cega de amor pela pessoa que pensa ser a sua irmã. Quem deveria salvá-la das garras dessa gente, é você. Por que não abre logo o jogo?
-- E perder a oportunidade de dar uma bela lição nesse bando? Não mesmo! Deixa eles virem -- disse ela calmamente, apesar daqueles dois olhos intimidadores soltando faíscas -- Eu vou procurar a Tasha, mas quero que ela me reconheça sem precisar dizer quem eu sou. Da mesma forma que a reconheci. Através do olhar, do sorriso, dos gestos. A minha alma reconheceu a dela assim que a vi naquela revista.
-- Não sei se a alma da Natasha é tão sociável assim, mas, você deve saber o que faz -- Talita sentou na poltrona de frente para Carolina -- Como está a perna?
-- Bem melhor. Graças a você -- disse ela, sorrindo de leve enquanto acariciava a perna machucada -- Fico pensando se fosse a doutora Sibele que tivesse me encontrado.
-- Você acha que a Sibele está envolvida nessa farsa? Me custa acreditar nisso. Mas, se ela realmente traiu a confiança que Natasha depositou nela, Sibele com certeza vai se arrepender pelo resto da vida.
-- Eu tenho certeza e vou encontrar uma maneira de provar que ela pagou por esse DNA falso -- ela disse, com raiva.
-- O que pretende fazer de agora em diante? -- Talita ajoelhou-se de frente para ela, retirou o curativo e verificou que o ferimento não estava infeccionado.
-- Bem, por enquanto vou esperar a maninha trazer os criminosos para a ilha. Depois procuro a Tasha. Tenho um plano muito interessante em mente.
-- Você parece a sua irmã falando. Não preciso de DNA para afirmar que você é uma Falcão.
Carolina deu uma risada marota.
-- Isso é verdade? -- ela perguntou, sorrindo. Depois, olhou para a parede onde estava um pôster gigante com a foto de Natasha -- o rosto de Carolina imediatamente foi tomado por uma expressão triste, mas ela forçou um sorriso - Cuida dela pra mim. Não deixa que eles a maltratem. Se essa mulher de alguma forma machucar a minha irmã, eu juro que mato ela e os seus comparsas.
Talita engoliu em seco. Ela sabia que Carolina com sua personalidade forte era bem capaz de qualquer coisa.
-- Tenho algo que quero que guarde para mim -- Carolina manquitolou até o quarto e voltou com uma pequena caixa de veludo na mão -- Esconda essa caixa em um lugar bem seguro. A Natasha tem uma igual, foi por causa dela que comecei a investigar o meu passado. Guarde como a sua própria vida. É a única lembrança que tenho dos meus pais.
As nove em ponto, Andreia e Sidney desceram para a portaria. Minutos após saírem para a rua, um motorista encostou diante da entrada da frente.
Subitamente, Andreia viu-se tomada de medo. Eram momentos de grande adrenalina. Era uma ótima atriz; isso ficara mais do que evidente na destreza com que atuou na noite passada, porém, atuar o tempo todo, não era uma missão das mais fáceis.
O motorista abriu a porta para eles, e, olhando assustada para Sidney, avançaram na direção de um enorme e luxuoso carro preto. Ficou ligeiramente alarmada ao se deparar com uma moça sentada ao lado de Natasha. Esperava encontrá-la na companhia de Sibele.
-- Demoramos? -- Natasha perguntou sorrindo, e simplesmente estendeu a mão para Andreia. A expressão no rosto dela era luminosa quando se voltou para a moça a seu lado -- Jessye, essa moça linda e meiga é a minha irmãzinha Carolina.
A moça se virou para ela, para cumprimentá-la, os dentes muito brancos e perfeitos. Foi muito difícil para Andreia esconder seu nervosismo.
-- Muito prazer, senhorita Falcão -- Jessye olhou-a de alto a baixo, seus olhos estavam cheios de simpatia, e ela sorriu encorajadoramente -- Estou a sua disposição para tudo que desejar.
Andreia relaxou um pouquinho. Talvez esse passeio não vá ser tão ruim, pensou, tentando colocar de lado todos os seus temores. Ela e Sidney se acomodaram no assento confortável e o carro enfim, foi colocado em movimento.
Talita estacionou o jipe na frente do ambulatório, pegou a maleta de emergência e começou a andar para a porta. Porém antes de entrar, não conseguiu conter a sua curiosidade e abriu a caixinha de veludo entregue por Carolina.
-- Uau, que...
-- Deve ser algo muito interessante para te deixar tão admirada -- Elisa deu uma risadinha -- Posso ver?
A médica arregalou os olhos quando a mulher deu alguns passos e parou à sua frente.
-- É uma joia -- ela retrucou, com um sorriso nervoso.
Elisa não deu importância. Apenas estendeu a mão.
-- Adoro joias.
Mal tiveram tempo de apreciar o passeio no luxuoso carro. Alguns minutos depois, o automóvel parou diante do Shopping Center, e o chofer veio ajudá-los a descer do veículo.
Andreia fitou a construção magnífica, tentando imaginar o motivo de estarem naquele lugar que no dia anterior a deixou tão chateada.
-- O que estamos fazendo aqui? -- Andreia suspirou fitando o olhar verde folha de Natasha.
-- Vamos fazer umas comprinhas -- ela respondeu com um gesto de pouco-caso.
Natasha entrou no Shopping e imediatamente atraiu a atenção de todos. A empresária impecável, elegante. Uma Açoriana incrivelmente bonita, de blazer bem cortado, da calça comprida que alongava o seu corpo, dos sapatos de qualidade, com uma elegância que era absurdamente sexy. Aquela sofisticação absoluta, todavia, era combinada com uma personalidade fria e esnobe. Ela era uma mulher clássica, mas se distinguia dos grupos das socialites porque não fazia muita questão de pertencer a eles.
-- Esse não é o meu lugar preferido para fazer compras, mas vamos brincar um pouco -- enquanto falava, Natasha se inclinou na direção de Andreia, chegando tão perto que a ruiva podia sentir o calor do rosto dela perto do seu.
-- Aposto que o seu lugar preferido fica em Paris, Londres, Milão -- um desejo louco fez com que ela tivesse vontade de beijar o rosto de Natasha, contudo ela resistiu.
-- Confesso que esses lugares são os meus preferidos -- ela retrucou, com um sorriso maroto.
Aquele ligeiro sorriso esculpido naquela boca linda e arrogante a desafiava a ceder a todas as tentações.
-- Aposto que sim -- Andreia murmurou, achando difícil ser sarcástica quando a empresária estava tão perto. Inspirou profunda e demoradamente, sentindo a fragrância que vinha do corpo dela.
Chegaram ao quinto andar em um elevador tão silencioso quanto rápido. Quando a porta do elevador se abriu, a longa fila de empregados da loja do dia anterior, estavam a sua espera. Eles a cumprimentaram com sorrisos amáveis e paparicos exagerados.
-- Seja bem-vinda, senhorita Carolina Falcão.
Andreia olhou para Sidney e balançou a cabeça.
-- O que significa isso?
-- Não tenho nada a ver com isso -- a mentira saiu fácil de seus lábios, mas não convenceu a amiga.
-- Sei.
Natasha ofereceu o braço a Andreia.
-- Senhorita Falcão, vamos -- ela dirigiu-lhe um sorriso que a deixou derretida.
Andreia enganchou o braço no braço de Natasha e deitou a cabeça no seu ombro.
-- Vocês são uns loucos.
- Loucos não! Apenas não gostamos de pessoas preconceituosas - corrigiu Sidney.
Hannibal estacionou o jipe em frente a cabana de Natasha. Saiu do automóvel e abriu a porta para que Elisa saísse.
-- Fique por perto. Não sei se vou demorar ou não.
-- Sim senhora.
Elisa estava nervosa, ansiosa, emocionada, cheia de expectativas e, mesmo cautelosa, caminhou rápido até as escadas. Colocou a mão trêmula sobre o corrimão e olhou para a porta fechada.
-- "O segredo é não correr atrás das borboletas...
-- É cuidar do jardim para que elas venham até você" -- Completou Carolina, subindo lentamente as escadas.
Com um grito de alegria, Elisa correu para ser acolhida em seus braços abertos, beijando seu rosto e rindo quando elas caminharam para dentro sem se soltarem.
-- É você meu anjo? -- a senhora quis saber, observando-a erguer a mão delicada para passá-la pelo rosto molhado -- Eu sei que é você. Deus me disse que viria.
-- Sou eu, Elisa -- Carolina manquitolou até o sofá. Contorceu o rosto numa expressão de dor.
-- Desculpa -- Elisa sentou ao lado dela no sofá -- A doutora Talita me contou que estava machucada. O que aconteceu?
A garota ergueu o olhar.
-- Estava acampada na praia já fazia alguns dias. Até que em uma manhã, Natasha apareceu por lá. Ela não me viu, mas pelo jeito não gostou muito da presença de um campista, pois, no dia seguinte, fui gentilmente convidada a me retirar da praia por dois seguranças dela -- Carolina olhou para o teto, suspirou fundo e continuou: -- Eu obedeci porque sabia que Natasha retornaria e eu não queria me encontrar com ela naquele momento. Enfim, recolhi as minhas coisas e fui até as rochas. Em um momento de descuido, deixei a minha mochila cair na água. A seguir, vivi a meia hora mais terrível de minha vida.
Uma semana atrás.
-- Droga! -- Carolina berrou, sem pensar no perigo, tirou os tênis e pulou na água.
Tudo o que tinha estava naquela mochila. Ela teria que enfrentar a mãe natureza, fazer um esforço sobre-humano para recuperar do mar o que tinha de mais precioso.
Carolina estava tensa e viu que a mochila se afastava pelo mar adentro, o que a fez entrar em desespero. Nessa altura, deu-se conta que também estava muito mais longe da margem, a debater-se contra a correnteza.
De repente, uma onda enorme passou por cima dela e a submergiu. Rezou para que tivesse forças para voltar a tona.
-- Minha mãe! -- murmurou quando conseguiu emergir -- Graças a Deus.
Fazendo um grande esforço, Carolina conseguiu agarrar a mochila. Tentava prendê-la ao pescoço, mas as ondas eram muito grandes e não paravam de a atingir.
Era uma tarefa difícil porque primeiro tinha que engatá-la ao pescoço, o que estava sendo mais difícil do que previra, e depois tinha que puxá-la até a margem.
Carolina levantou o olhar e viu que estava se afastando cada vez mais da praia. Precisava agir com rapidez e, com um aperto no coração, abriu a mochila, tirou uma caixinha de veludo que havia dentro dela e deixou que o mar levasse embora os seus únicos pertences.
Depois disso, sentiu uma forte dor na perna, como uma facada única ou uma série de golpes. A água ficou vermelha com seu sangue. Estava aterrorizada, se estivesse ferida com gravidade, o que seria dela?
Não aguentava mais, estava exausta de tanto nadar, de tanta dor e pedia a Deus animo para não desistir.
Enquanto lutava contra o mar revolto, pensava em tudo o que já havia passado na vida até chegar àquele momento. Ela tinha sofrido muito. Havia passado fome, frio, solidão e talvez medo. Não! Não se deixaria levar fácil assim, ela lutaria até o fim. Insistente, ela buscou as últimas forças que possuía naquele momento e com um grito de vitória, voltou para a margem com a caixinha de veludo na mão.
Talita tirou as sandálias e começou a caminhar pela areia. Era a sua primeira caminhada pela praia depois que chegou a Ilha do Falcão. Estava sempre tão envolvida com o trabalho que não tirava um tempo para relaxar. Era tão bom sentir os pés afundando na areia macia e tinha a impressão de que estava descarregando todo o estresse dos últimos dias.
Depois de passar os quatro últimos anos pulando de cidade em cidade, finalmente voltara a Santa Catarina e conseguira um emprego em um lugar longe da violência e do descaso do poder publico. Porém, desde o seu regresso, vinha notando mudanças na maneira como encarava o seu casamento. Ela parecia não mais se importar com as frequentes viagens de seu marido. Aquilo a deixava surpresa, pois, apesar de considerar-se amadurecida, sempre foi muito ciumenta e possessiva. O que estava acontecendo, afinal?
Foi andando lentamente até a beira da água e percebeu algo estranho. Olhando de onde estava parecia um corpo.
-- Um corpo? -- Talita perguntou-se assustada - Será? -- pensou um pouco, jogou as sandálias na areia e saiu correndo.
Fim do capítulo
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Anny Grazielly
Em: 10/09/2020
Eitaaaa... ja estou eh com pena da Andreia quando chegar na ilha... vai ser odiada por todos.
brunafinzicontini
Em: 17/02/2018
Uau, Vandinha!!! Isto está sendo uma caixinha de surpresas, isto sim! Que emocionante!
Elisa estava certa: a irmã veio até Natasha e não o contrário! E Talita parece estar se encantando demais pela garota - rebelde, mas com cara de anjo!
Andreia também está demonstrando um encanto além do fraternal pela poderosa empresária! Ela precisará se apressar a contar a verdade antes que Natasha a desmascare para que tenha alguma chance de perdão. Antes dessa confissão, dá para supor momentos constrangedores entre as duas falsas irmãs, que já demonstram sentir atração.
Muito engraçada a "vingança" arquitetada por Sidney contra as preconceituosas vendedoras da loja do shopping! Uma clara citação da cena deliciosa de "Uma Linda Mulher" com a Julia Roberts! Adorei.
A cada final, você está nos deixando cada vez mais ansiosas pelo próximo capítulo. Parabéns, autora!
Beijos,
Bruna
Resposta do autor:
Obrigada Bruna. Você é muito gentil.
Estamos próximos de ter todos os personagens juntos na ilha. Aí sim, o bicho vai pegar.
Beijão.
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Baiana
Em: 17/02/2018
A Carolina apareceu,e pelo visto a talita vai ter a chefe como cunhada,e acho que o plano da Sibele não vai ser duradouro,logo serão desmascarados.
Resposta do autor:
Olá Baiana. Tudo bem?
Acho que o plano delas já está indo por água a baixo. Felizmente, né.
Beijão!
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Mille
Em: 17/02/2018
Oi Vandinha
Cara o Sidney deu o troco na esnobe e preconceituosa vencedoras, infelizmente é a dura realidade ( valemos o que temos no bolso).
E que grata surpresa a irmã verdadeira mais perto do que nunca, Carolina vai investigar a Andreia e cia e descobrir que ela só aceitou isso para salvar o pai e fora isso não teria coragem de enganar a Natacha.
Bjus e até o próximo capítulo, um ótimo final de semana
Resposta do autor:
Olá Mille!
A vingança é um prato que se come frio!
Que horror! kkk...
Beijão.
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Angel68
Em: 17/02/2018
Vandinha, primeira vez que comento numa história sua, e posso dizer que tô amando !! Quando termina um capítulo, eu já fico imaginando o próximo....pela sinopse, a Natasha vai ficar dividida depois de descobrir toda verdade....vai ter a volta da verdadeira Carolina, a gravidez da Andrea....nesse meio tempo, acho que a Talita vai se apaixonar pela Natasha e essa pela Andrea....que trama !!
Resposta do autor:
Olá, minha querida.
É uma honra para ter você aqui comigo. Sinta-se abraçada por mim. E volte sempre, viu.
Temos um bom cenário montado para várias intrigas. Vai ser realmente uma grande confusão.
Beijão. Até hoje a noite.
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patty-321
Em: 17/02/2018
Caramba! A Talita sem querer descobriu a verdadeira carolina. Andrea e cia estao ferrados. A irma verdadeira vai armar uma ratoeira pra pega-los. E a elisa tb vai fazer parte. E agora entendi o pedido do Sidney. Bom fds. Bjs
Resposta do autor:
Olá Patty!
Coitado do Sidney. Você já tinha mandado ele para o paredão.
Beijosss...
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NovaAqui
Em: 17/02/2018
Então era ela mesmo? A verdadeira Carolina!
Talita, me desculpe por pensar que você era do lado negro!
Já imagino as duas juntas kkkkk vão aprontar muito rsrsrs pobre Leozinho
Sidney se vingou das vendedoras kkkkk Natasha deve ter adorado esse pedido dele. Muito doido também kkkkk
Esse capítulo deixou com gosto de quero mais ????
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Olá NovaAqui!
Enfim, a verdadeira Carolina apareceu e, ainda por cima ajudada por Talita. A garota parece ter o mesmo genio dificil da irmã.
Parece que teremos uma bela dupla de mal-humoradas.
Beijão. Até hoje a noite.
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