CapÃtulo 45
Capítulo 45
Rebecca e Luiza tentaram ficar um pouco mais arrumadas. A ruiva sorriu para Luiza antes de abrir a porta. Emily entrou e se jogou nos braços da mãe. Rebecca a pegou no colo e a encheu de beijos. A ruivinha sorria e de repente seus olhos pousaram em Luiza que olhava para mãe e filha de forma encantada. Emily a encarou curiosa, Rebecca a pôs no chão.
-- Quem é essa moça, mamãe? - perguntou com os olhos fixos em Luiza.
A médica encantou-se pela voz infantil e com um leve sotaque da menina.
-- Está é a Luiza - Rebecca aproximou Emily da jovem - Uma amiga minha.
Emily analisou a médica por um tempo.
-- Ela é bonita, mamãe - disse sorrindo.
Rebecca riu e Luzia abaixou-se para ficar na altura da ruivinha.
-- Você também é muito linda - disse emocionada - Muito parecida com sua mãe... Será que posso te dar um abraço?
Emily encarou a mãe que fez sinal positivo e sorriu para a filha. A garotinha se aproximou de Luiza que a abraçou apertado e beijou seu rosto.
-- Você parece uma boneca... Linda! - a médica falou encarando a menina.
-- Vovó diz a mesma coisa - disse sorrindo.
-- Qual sua idade? - Luiza queria dar toda sua atenção a menina.
-- Vou fazer seis - disse mostrando os dedos.
-- Você gosta de bonecas?
-- Um pouco... Eu gosto mesmo é de piano.
Luiza ficou surpresa.
-- Você toca?
-- Desde os meus dois aninhos.
-- Uau... Você é uma menina especial... Eu sei tocar violino.
-- Olha mamãe... Ela sabe tocar violino igual a você - disse animada.
-- Sim amor... Ela sabe e é muito melhor do que eu.
-- Também não exagera né, Rebecca.
-- Seus olhos são iguais aos meus - comentou a ruivinha.
Luzia abriu um lindo sorriso.
-- Sim, eles são lindos né?
-- Com certeza! - disse a menina animada.
-- Filha, cadê a Anne?
-- Está no nosso quarto, mamãe.
-- Como foi suas férias?
Emily abriu um lindo sorriso e contou animada sobre os dias que passou na casa de seus avós paternos.
*****
-- Carol eu te falei pra não pular aquele muro - Jonas falava enquanto dirigia.
-- Eu estou bem, Jonas - disse fazendo careta.
-- Você vai precisar de pontos nessa testa e provavelmente torceu a mão, ela tá inchada...
Carol revirou os olhos.
-- Não precisa exagerar né.
-- Tô falando sério, sua teimosa. Já estamos chegando no hospital.
A baixinha bufou.
-- Nem precisava disso.
-- Claro que precisava e cala essa boca!
Não demorou para chegarem ao hospital. Carol foi medicada, levou três pontos no supercílio e sua mão foi imobilizada. A baixinha resmungou muitas vezes. Jonas a levou para o apartamento das jovens e Carol pediu para ficar sozinha.
A baixinha estava deitada no sofá, assistindo TV, estava quase dormindo quando escutou alguém a chamando.
-- Num quero café, mamãe - resmungou de olhos fechados.
-- Carol o que aconteceu com você?
A baixinha abriu os olhos lentamente e observou a prima. Victoria parecia bastante preocupada. Carol sentou-se no sofá e Vick sentou-se ao seu lado. A jovem fez uma careta, pois sentiu um pouco de dor.
-- Eu caí.
-- Você está bem? - perguntou tocando levemente sobre o curativo no supercílio da baixinha.
-- Eu vou sobreviver - disse fazendo careta.
-- Como isso aconteceu? - Vick ainda estava preocupada.
-- Fui tentar pular o muro, acabei caindo e bati a cabeça, tentei apoiar na mão e torci a bichinha.
-- Por que você estava tentando pular o muro?
-- Era necessário - disse pensativa.
-- Você se arrisca muito, Carol... Fica se envolvendo com essas pessoa perigosas... Acha que eu não sei?
-- Você se importa com isso? - perguntou encarando a pediatra.
-- É claro que eu me importo né.
Carol a encarava profundamente.
-- Você estava com a Elise?
Victoria se remexeu agoniada.
-- Sim - disse um pouco nervosa e sem encarar a baixinha.
-- Olha pra mim, Vivi... - disse tocando no rosto da médica com a mão esquerda, que não estava machucada. Vick a encarou - O que aconteceu entre vocês?
-- Pra que você quer saber? - mordeu os lábios nervosa.
Carol a olhava fixamente.
-- Você a beijou! - acusou.
-- Como você pode saber isso? - disse nervosa.
-- Você é tão transparente para algumas coisas, Victoria - Carol estava arrasada.
Vick encarava os próprios sapatos.
-- Você tem razão.
-- Foi bom?
-- Pra que você quer saber disso, Carol? Foi bom pra você beijar a Julia? - disse brava.
-- Você sempre vai jogar isso na minha cara?
-- Você sempre usou aquela garota! - agora era vez de Vick a acusar.
-- A Lia nunca foi inocente ... Sempre deixei claro que entre a gente não poderia mais existir qualquer coisa.
-- Talvez seja isso que você queira de mim né... A bestinha apaixonada... Aquela que você sempre vai poder usar como quiser não é?
-- Para de falar besteira, Victoria. Chega de me julgar pelo meu passado... Esquece a Julia! Não fique com medo de mim... - disse tentando se aproximar, mas Vick se afastou rapidamente.
-- Carol melhor a gente não falar disso...
A baixinha se levantou indignada.
-- Até quando você vai continuar fugindo? Quer saber? Que se dane! Você faz o que quiser da sua vida! - Gritou.
-- O que está acontecendo aqui hein? - Érika perguntou assim que entrou no apartamento - Que gritos são esses?
-- Tudo culpa da Victoria!
-- Minha culpa? É você que tá gritando, garota.
-- Ninguém mandou você ser uma songamonga - Carol resmungou.
-- Songamonga é a sua madrinha, Ana Carolina... Quem você pensa que é pra falar assim de mim?
-- Garanto que não sou tão mosca morta como você.
-- Ora sua...
-- Calem a porr* dessa boca! - Érika falou autoritária.
-- Não vale a pena ficar discutindo com certas pessoas mesmo - Vick falou caminhando para seu quarto.
Érika encarou a baixinha.
-- Vocês piraram?
-- Culpa dela - disse bicuda.
-- Culpa das duas! - Érika observou melhor a prima - O que foi isso em você?
-- Eu caí.
Érika revirou os olhos.
-- Cuidado que é bom nada... Vou é tomar banho... Tchau.
A loira sumiu no corredor, deixando a baixinha sozinha.
-- Aiii por que isso é tão difícil senhor? - resmungou, voltando a sentar no sofá.
********
Os dias foram passando e todas percebiam a felicidade de Luiza. A médica estava cada dia mais próxima de Rebecca e Emily. A ruivinha gostava da jovem, ela percebia o quanto a mãe estava feliz e também se sentia feliz.
Bia e Érika estavam mais próximas e a loira começava a se encantar pela amiga de Luiza.
Carol e Victoria estavam se evitando de todas as maneiras.
*******
-- Então a Rebecca vem hoje aqui? - Carol perguntou comendo seu inseparável sorvete de morango.
-- Sim... - Luiza não conseguia para de sorrir.
-- Acho que o coringa "inpestou" o gás do riso em você - a baixinha disse divertida.
-- Não sei como você passou em jornalismo... Sério - Luiza falou fazendo careta.
-- Ué... Por quê?
-- Seu português é horrível.
-- Dá em nada não... Isso é excesso de "sabismo".
-- Sabismo?
-- Sim ué - disse rindo.
-- Onde está a Vick?
Carol ficou séria.
-- Não sei nada dessa garota!
-- Vocês eram tão próximas... Não entendo porque essa distância toda.
-- Ela que tá estranha. Eu não tenho culpa de nada.
-- Ok Carol - Luiza não queria discutir.
Não demorou para Vick chegar. Luiza estava na cozinha preparando o jantar.
-- Pelo visto a coisa vai ser boa aqui - disse sorrindo.
-- Estou esperando a Rebeca.
-- Você parece com aquela adolescente boba - comentou.
-- É assim que ela me deixa.
-- Fico imensamente feliz por vocês duas - Vick falou sincera.
-- Obrigada, Vick - Luiza a abraçou apertado.
Érika chegou alguns minutos depois acompanhada de Bia. As duas tinham um sorriso bobo no rosto.
Luiza e Victoria não comentaram nada, mas obviamente que perceberam. O mesmo não se pode dizer de Carol que ficou zoando as duas até Érika a mandar delicadamente para longe.
As jovens estavam conversando distraídas.
-- A Lia te mandou um abraço apertado - Bia falou encarando Carol.
-- Quando tu falou com ela?
-- Ontem... Ela tá no México.
-- Nossa, a Lia não fica quieta - disse sorrindo.
-- Não mesmo... Mas ela disse que não vai demorar e se você precisar de qualquer coisa é só falar com ela.
Vick prestava a atenção na conversa das Duas. Érika estava na cozinha com Luiza.
-- Não entendo porque ela não me ligou.
-- Ela disse que não tinha tempo e seu celular estava dando fora de área.
-- Ahh tá... É verdade - disse pensativa - Eu tinha desligado ele...
O interfone tocou anunciando a chegada da ruiva. Luiza abriu um lindo sorriso e correu para abrir a porta.
Rebecca sorria timidamente, ao lado dela estava a pequena ruivinha, que observava tudo de forma curiosa. Luiza abraçou a ruiva apertado e fez o mesmo com Emily, que sorriu.
-- Você está linda - Luiza sussurrou, beijando o rosto da menina.
A médica deu passagem para as duas passarem. Todas as meninas estavam reunidas na sala. Rebecca corou levemente ao vê-las. O silêncio durou poucos segundos.
-- Caramba ruivis! Tu tá uma gata! - Carol falou se aproximando de Rebecca e a abraçando apertado - É quem é essa linda mocinha - disse observando Emily.
-- Me chamo, Emily - falou sorrindo.
--Owt... Que voz mais fofa - Carol apertou a menina a beijando no rosto.
Vick cumprimentou a ruiva, assim como todas as outras. As jovens se encantaram por Emily, que era uma menina muito extrovertida. A ruivinha adorou a comida de Luiza e ficou curiosa com o trabalho de médica das jovens. A conversa estava animada. Houve um momento que ficou apenas Carol e Rebecca.
-- Não sabe o quanto eu fico feliz em revê-la e em saber que você está bem - Rebecca falou sincera.
-- Eu digo o mesmo, ruiva... O mais importante é saber que você e a Luiza finalmente se entenderam.
-- Pois é... Foram tantos desentendimentos.
-- Eu sei o motivo da Luiza ter te deixado... Isso só mostra o quanto ela é perfeita... Mas eu confesso que não queria que ela tivesse sacrificado a felicidade dela por minha causa.
-- Isso era algo dela, Carol... E eu tenho certeza que se fosse você no lugar dela, teria feito a mesma coisa.
-- Faria mesmo.
-- Mamãe a Victoria estava me ensinando algumas brincadeiras novas. Foi tão divertido - Emily falou animada.
-- Ela aprende com uma facilidade incrível - Vick falou sentando ao lado de Carol - A Bia ensinou ela a tocar violão.
-- Cadê a Bia? - Carol perguntou.
-- No banheiro - Vick respondeu sem encará-la.
Carol encarou a ruivinha.
-- A gente vai ser muito amigas - disse sorrindo.
-- Mas você já é velha - respondeu inocente.
-- Filha! - Rebecca a repreendeu.
Vick riu da cara da baixinha.
-- Pois fique sabendo que eu ainda nem fiz 21 anos - disse indignada.
-- Desculpe senhorita.
-- Só vou te desculpar quando você sair comigo e parar de me achar velha, certo?
Emily abriu um lindo sorriso.
-- Certo! - disse animada.
********
-- Então... Você está feliz? - Érika perguntou enquanto enxugava a louça e as guardava.
-- Como eu não me sentia há muito tempo - Luiza falou boba.
-- Espero que dessa vez tudo dê certo entre vocês duas - disse sincera.
-- Você também me parece feliz, Érika.
-- E estou! A Bia é a melhor surpresa que me aconteceu nos últimos anos. Ela é tão diferente de como eu a via.
-- Ela é maravilhosa.
-- Sim - disse sorrindo pensativa - Eu nunca dei a chance de alguém realmente se aproximar de mim... E agora, finalmente eu estou me permitindo... E eu nunca imaginei que fosse tão bom.
-- Fico imensamente feliz por você, Érika.
Luiza abraçou a prima apertado. No fundo sempre desejou que Érika fosse feliz. Sabia que havia feito ela sofrer e se culpava algumas vezes por isso, mas não conseguiria enganar a loira, era melhor um verdade doída a uma mentira confortante. As duas sorriram e voltaram para a sala. Érika e Bia logo se despediram, pois iriam sair. Não demorou muito para Rebecca ir embora e Luiza foi deixá-las no hotel. Carol ficou sozinha com Vick, mas não por muito tempo. A baixinha percebeu que a jovem iria sair.
-- Vai sair? - não conseguiu segurar a curiosidade.
-- Sim.
-- Hmm... - Carol organizou suas coisas na mochila e caminhou em direção a porta - Tchau! - disse antes de sair.
Victoria ficou um tempo pensativa e depois decidiu ir se arrumar.
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Daniela conversava com Poliana em seu apartamento. A morena contou toda a história de Luiza e Rebecca, deixando Poliana pensativa.
-- Nossa, então ela se gostam desde a adolescência...
-- Sim, mas eu não vou permitir que elas fiquem juntas nunca - disse determinada.
-- Por que não?
-- Enquanto eu tiver forças... Não irei desistir!
-- Você é bem focada no que deseja né?
-- Com certeza! - disse sorrindo - Você pode me ajudar nisso. Não gostaria de ficar com a Luiza?
-- Sim... Mas não posso chegar ao extremo.
-- Não se preocupe, não faremos nada de ruim... Apenas vamos fazer algumas coisinhas... Sabias que a Rebecca é muito ciumenta?
-- Não - falou tentando entender aonde a morena queria chegar.
-- Quero que você fique com a Luiza.
Poliana riu.
-- Não sonha... A Luiza nunca quis nada comigo e agora muito menos.
-- Por isso eu estou do seu lado... Irei te ajudar nisso.
-- Como?
-- Espera e verá - disse tomando um gole generoso de uísque.
O celular da morena começou a tocar.
-- Aff... Quem é o maldito que está me ligando... - resmungou.
Daniela pegou o aparelho e viu quem estava ligando revirou os olhos em total tédio. Atendeu sem vontade alguma.
-- O que você quer, karina?
-- Estou te esperando aqui no restaurante, você esqueceu? - disse nervosa.
-- Olha esquece... Eu não vou nesse muquifo que você chama de restaurante - falou fria.
-- Aqui não é muquifo! E você adorava esses tipos de comida, agora que ficou rica fica esnobando.
-- Vai pra porr*, Karina! Deixa de ser chata eu já disse que não vou!
-- Então eu vou aí com você!
-- Caralh*! Eu não quero ver a tua cara, entendeu? Idiota!
-- Você é uma estúpida, Daniela - disse com a voz embargada.
-- Ahh... Vai ser foder! - desligou - Garota mais grudenta, credo!
-- Você é bem ruim hein - Poliana falou observando.
-- Você ainda não viu nada - disse enchendo o copo de uísque novamente - Um brinde a nós duas - ergueu o copo sorrindo e logo depois bebendo tudo de uma vez.
Poliana ficou mais um pouco com a morena, que já estava meio grogue, mas tentava explicar algumas coisas. A enfermeira decidiu ir embora e passou o restante da noite pensativa.
********
Carol estava sentada e pensava na vida. Uma garçonete chamou sua atenção, perguntando se a jovem não queria alguma coisa. Carol pediu um suco de morango e voltou a pensar na vida. Estava distraída, mas seus olhos se fixaram naquele figura conhecida. A baixinha apertou os olhos tentando reconhecê-la, sorriu ao lembrar de quem se tratava e caminhou lentamente na direção daquele jovem loira.
-- Karina - a chamou delicadamente.
A loira enxugou as lágrimas e encarou a jovem a sua frente. Ficou surpresa.
-- Carol...
-- Tudo bem?
-- Sim, e você? - disse tentando sorrir.
-- Não muito... Aceita minha companhia?
-- Claro! - sorriu levemente.
Carol sentou de frente para a loira de olhos de mel.
-- Dia ruim?
Karina sorriu tristemente.
-- Já tive piores.
-- Eu também.
A loira a observou.
-- Fico feliz que você esteja bem - disse sincera.
-- Obrigada - Carol a encarou - Por que tu tava chorando?
-- Coisas da vida...
Carol sorriu.
-- Ou seja, Daniela! Você ainda é capacho dela?
Karina não conseguiu encará-la.
-- Ninguém consegue me entender.
-- Por favor, né Karina... Sem drama. Isso já é tão ridículo!
-- Eu amo ela.
-- Primeiro de tudo - Carol disse séria - amor você nunca deve mendigar. É normal amar e não ser correspondido, mas se humilhar é loucura demais, para com isso mulher! O amor é um sentimento lindo demais para ser comparada com esse sentimento que você tem por ela. Poxa, tu és linda... Pode ter qualquer pessoa... "Ahh mas eu quero a Daniela" - imitou a voz da loira - Entenda uma coisa ELA NÃO QUER VOCÊ! ENTENDEU?... Então para de aceitar migalhas... Se ame em primeiro lugar! ... E pelo amor né, como tu pode gostar da Daniela? Aquilo é quase o coisa ruim em pessoa. A freira de invocação do mal é mais simpática que ela! Pronto falei!
-- Eu não sei se choro ou acho graça de você, Carol.
-- Melhor você sorrir... Não entendo como você pode ter deixado uma mulher maravilhosa como a Thaís pra viver de restos com a Daniela.
-- Faz muito tempo que eu não vejo a Thaís - disse pensativa - Como ela está?
-- Ela tá ótima! É professora e acredite, ela adora o trabalho dela.
-- É bem a cara dela mesmo - falou sorrindo.
-- Ela e a Luiza, pelo amor né... Mais um pouco seriam santas.
Karina riu das coisas loucas que Carol falava. As duas conversaram por muito tempo. A loira tinha conseguido se distrair e estava leve e sorridente. Karina ria de uma piada sem graça que a baixinha havia contando, obviamente ria da cara da jovem, seus olhos se fixaram numa figura sentada um pouco distante delas, mas que às encarava seriamente.
-- Aquela não é sua prima?
-- Quem? - a baixinha perguntou provando seu suco de morango.
-- Atrás de você.
Carol franziu a testa e virou-se para saber de quem karina falava, seus olhos pousaram naqueles olhos negros, que também a encarava. A baixinha observou que Victoria estava acompanhada de Elise. Carol voltou a encarar karina.
-- Sim, é a Vick - disse sem ânimo.
Karina percebeu que Carol não se sentia confortável e decidiu mudar de assunto. Foi a vez da loira distrair a baixinha. Carol não conseguiu segurar o riso.
Victoria estava séria. Não sabia se Elise havia percebido que não estava prestando atenção em nada, mas se tinha percebido, sabia disfarçar muito bem. Elise avisou que iria ao banheiro e Vick não perdeu a oportunidade, Levantou-se rapidamente e andou a passos rápidos em direção a mesa da baixinha. Karina percebeu a aproximação da médica.
-- Sua prima vem aí - sussurrou.
-- O que?
-- Carol o que você está fazendo aqui e com essa garota? - Vick perguntou irritada.
Carol a encarou séria.
-- Oi pra você também, Victoria. Estou conversando, não está vendo? - disse irônica.
-- E tinha que ser justamente com a Karina? - falou áspera.
-- Oras... A karina é legal!
-- Ela é amante da Daniela! - falou um pouco exaltada.
-- E daí? Isso pouco me importa. Não devemos julgar as pessoas.
Karina apenas escutava a discussão das duas.
-- Não achei que você pudesse chegar a esse nível.
-- Que nível, Victoria? - Carol perguntou ficando de pé.
-- Nível de querer pegar até a amante da Daniela - disse séria.
-- Você só pode tá louca! Volta lá com aquela sem graça e deixe a gente em paz.
-- Você não muda! - Vick falou decepcionada.
-- E pelo visto você também não.
-- Eu só queria um tempo - Victoria estava nervosa.
-- Sei muito bem o tempo que você queria.
-- Para de me acusar!
-- Eu não tô te acusando de nada.
-- Você não consegue entender o quanto isso é difícil pra mim? - a médica tentava segurar as lágrimas.
-- Difícil porque, Victoria?
-- Você é minha prima!
-- E daí?
-- Isso não é certo...
-- Seu problema é que você se preocupa demais com certas coisas. Isso não é um problema pra mim.
-- Mas pra mim é! - algumas lágrimas já desciam.
-- Vick para de pensar em certo ou errado, viva o momento. Se permita pelo menos uma vez na sua vida. É tão difícil pra você pensar em ter alguma coisa comigo, mas com a Elise não tem problema né?
-- Carol...
-- Pelo visto o seu amor não é tão grande assim né?
-- Não duvide dos meus sentimentos! - disse chorando.
-- Deixa de ser medrosa, Vick! Você não sabe o quanto eu te quero! Eu nunca quis tanto uma garota como eu quero você!.... Eu te quero Victoria, muito! ... Então seja corajosa e me queira também!
Carol não esperou resposta. Pegou sua mochila e se foi. Karina ficou sozinha com Victoria. A médica a encarou envergonhada.
-- Desculpa pelo que eu disse... - disse enxugando o rosto.
Karina sorriu.
-- Tudo bem. Sei que você não falou por mal.
-- Não mesmo... Eu tenho que ir. Tchau Karina - disse se afastando.
-- Tchau, Victoria.
Karina ficou observando a jovem se aproximar de uma mulher muito bonita e elegante. As duas conversaram por pouco tempo e logo depois saíram. Karina decidiu fazer o mesmo, pois já estava tarde.
*******
Luiza e Rebecca estavam deitadas na cama da ruiva e se beijavam com carinho. Emily havia ido dormir junto com a babá.
-- Não tem beijo melhor que o seu - Rebecca sussurro com os lábios colados nos de Luiza.
-- Digo o mesmo do seu. Que saudade disso.
Voltaram a se beijar, agora com mais gula. Rebecca passou a mão por baixo da blusa de Luiza a arranhando levemente. A médica se arrepiou toda. A ruiva ficou por cima de Luiza a beijando com paixão. Rebecca acabou lembrando de como ficou depois que Luiza terminou o namoro com ela, e acabou se afastando rapidamente. A médica ficou sem entender.
-- O que houve?
A ruiva passou as mãos pelo rosto tentando afastar os pensamentos.
-- Nada... Eu só... Posso te perguntar uma coisa? - disse a encarando.
Luiza sorriu.
-- Claro, amor.
-- Você ficou com muitas mulheres depois de mim? - foi direta.
Luiza a analisou por alguns segundos.
-- Não, meu amor.
-- Quantas?
-- Isso importa?
Rebecca Levantou-se nervosa.
-- Meu lado ciumento diz que sim, importa!
Luiza também ficou de pé e a abraçou apertado. Ficaram assim por alguns minutos. A médica se afastou lentamente e tocou no rosto da ruiva, fazendo leves carícias.
-- Nenhuma... - Luiza sussurrou.
-- O que? - Rebecca perguntou incerta.
-- Depois de você... Eu não fiquei com nenhuma outra garota - disse a encarando.
Rebecca estava incrédula.
-- Você só pode está brincando.
Luiza afastou-se.
-- Não brinco com essas coisas - disse séria.
-- Mas isso é impossível! - a ruiva estava nervosa.
-- Talvez pra você, mas não para mim.
Rebecca a encarou profundamente.
-- Você está falando sério?
Luiza revirou os olhos e bufou.
-- É...
-- Mas já se passaram quase sete anos.
-- Seis anos e quatro meses.
-- Mesmo assim - a ruiva não conseguia acreditar.
-- Eu estou falando a verdade, agora se você não quer acreditar, não posso fazer nada - Luiza disse se sentando na cama.
Rebecca percebeu que a jovem havia ficado chateada. Aproximou-se sentando ao seu lado. Segurou sua mão a apertando.
-- Desculpa a minha reação... É que eu reagi tão diferente de você... Eu...
-- Eu sei disso... É que eu sempre achei que essas coisas tem que ser especiais.
-- Você não existe! - disse sorrindo.
-- Claro que existo - Luiza também sorria.
-- Como pode existir alguém tão perfeita?
-- Não sou perfeita.
-- Para mim você é... - disse tocando no rosto da jovem - E sempre será.
Rebecca beijou todo o rosto de Luiza com carinho.
-- Você é tão linda - sussurrou com a boca colada na orelha da médica.
Rebecca a beijou delicadamente e Luiza a abraçou pela cintura, ficaram um longo tempo apenas sentindo o gosto de suas bocas. Aos poucos as duas foram deitando na cama, Luiza ficou por cima da ruiva. O beijo foi ficando mais intenso e as mãos foram ganhando vida pelo corpo da outra. Voltaram a percorrer o caminho tantas vezes lembrado naqueles longos anos. Voltaram a se conhecer, agora não mais como adolescentes e sim como as mulheres feitas que eram. Rebecca mais experiente e Luiza mais faminta. Se amaram durante muito tempo até o cansaço vencê-las e ambas dormirem agarradinhas e felizes. Estavam finalmente completas.
*********
-- Cadê o povo dessa casa, Victoria?
Érika havia acabado de chegar e percebeu que a prima estava sozinha em casa.
-- Não sei... Elas não dormiram em casa - disse com os olhos fixos na TV.
A loira percebeu que Vick tinha chorado, pois seus olhos estavam vermelhos.
-- O que aconteceu? - disse delicada.
Vick ficou um tempo em silêncio e depois encarou a prima.
-- Eu só... Eu só não acho certo gostar da Carol... Eu nunca achei.
-- Por que ela é uma garota?
-- Não - disse enxugando as lágrimas.
-- Então...
-- Porque somos primas, Érika... É difícil, entende?
-- Claro que entendo - a loira ficou pensativa.
Vick tentava parar de chorar.
-- Olha... Eu vou te falar uma coisa e espero que você se sinta melhor com isso - disse docemente.
Vick escutou atentamente tudo que a loira falava. A jovem ficou mais aliviada com toda aquela situação. Ela precisava ter uma conversa com Carol.
*********
havia se passado mais uns dias, Érika estava almoçando no shopping com Bia. As duas estavam em uma conversa descontraída. A loira reconheceu de longe a jovem que caminhava em sua direção com um sorriso sarcástico no rosto.
-- Olha só... Que casal mais fofo - Daniela comentou irônica.
-- Some Garota! Você não percebe que não é bem vinda - Bia falou séria.
-- Como você se sente sendo segunda opção, Beatriz? - provocou.
-- Cala essa boca... Senão eu te arrebento de novo - Érika falou seca.
-- Uii que medinho - debochou - Cuidado hein, Bia... É só a Luiza estalar os dedos que essa daí fica igual uma cachorrinha.
Daniela nem teve tempo de pensar. Érika Levantou-se rapidamente e acertou um forte tapa em seu rosto. Todos pararam para observar a briga das duas.
-- Sua vadia! - Daniela gritou com a mão no rosto.
-- Você mereceu... É para aprender a não perturbar as pessoas... Vamos, Bia.
-- Isso não vai ficar assim! - disse trincando os dentes.
-- Vai a merd*, Daniela! - Érika falou se afastando, sendo seguida por Beatriz.
-- Merd*! Essas pessoas não cansam de me bater! Filha da mãe! Isso não vai ficar assim!
********
Rebecca observava Luiza que dormia como uma anjo. A ruiva fazia leves carícias nos cabelos ondulados da jovem.
-- Eu nunca fui tão feliz como estou nesse momento - sussurrou - Sinto-me completa... Será possível ser ainda mais louca por você?
Luiza sorriu.
-- Sim, amor.... Pois eu sou ainda mais louca por você também - respondeu sem abrir os olhos.
-- Você estava escutando espertinha - disse apertando o nariz da médica - Sabe... Você é a minha razão... Tudo que eu já fiz nessa vida foi por sua causa... Algumas foram loucuras - sorriu - Outras nem tanto... A Emily sempre será o meu melhor presente, mas você...
Luiza a encarou.
-- Você foi a melhor coisa que me aconteceu... Eu era uma menina tão solitária e tímida... Você me fez sorrir como ninguém jamais conseguiu... Você me tirou daquele abismo... Você me apresentou ao amor... Você é a estrela mais brilhante do meu céu... Seus olhos são meus faróis em meio a escuridão... Você partiu meu coração, Luiza... Da mesma forma que eu senti tanta felicidade, eu também senti dor... Eu fiz tantas loucuras... Eu odiava te amar... Eu me destruí a cada dia, achava que assim a dor passaria... Então o meu presente chegou... E eu consegui ficar melhor, mas eu nunca fui feliz... Sempre fui amargurada... Afundei a Amanda comigo... Eu tentei, mas... Eu sempre te quis... Sempre... Hoje estou aqui com você... E isso parece com os muitos sonhos que eu tive nessa vida... Eu já me besliquei algumas vezes para ter certeza que não estava sonhando... Tenho medo de acordar...
Luiza estava emocionada.
-- Isso não é um sonho, meu amor... Eu estou aqui... Não vou mais te deixar... É real... Finalmente é real.
-- Eu te amo, Luiza - foi a primeira vez que Rebecca disse que a amava depois que haviam se encontrado.
Luiza abriu o mais lindo dos sorrisos.
-- Eu também te amo, meu amor! Eu te amo muito! - disse feliz e a beijando com carinho.
Luiza aproveitou o máximo a companhia da ruiva. Emily apareceu algum tempo depois e as três jogaram xadrez o restante do dia. A noite Luiza teve que voltar para casa, pois iria ficar de plantão, Érika e Vick a fariam companhia. Victoria, aliás, ficou o dia todo esperando por Carol, mas a menina não apareceu, ficou imaginando que ela talvez estivesse com karina, e isso não causava boas sensações na médica. Carol estava com Jonas. O homem havia sido perturbado a noite toda pela baixinha que reclamava suas pitangas. Ele não aguentou e no fim do dia a expulsou de sua casa, com Carol o chamando de grosso. A baixinha voltou para casa e para sua sorte não encontrou ninguém ali. Ficou o resto da noite assistindo filme, até finalmente pegar no sono.
******
-- O que aconteceu com você?
-- Não te interessa!
-- Apanhou novamente? - disse contendo o riso.
Fernando estava deitado na cama e observava a morena que se olhava no espelho.
-- Dessa vez foi a gota d'agua! Vou resolver isso logo!
-- Do que você tá falando, Daniela?
-- Não é da sua conta, seu pervertido! Vai cuidar das suas meninas e me deixe em paz! - disse rude.
-- Ih, pelo visto o negócio foi ruim.
-- Vai se foder! - disse caminhado em direção ao banheiro.
Fernando ficou pensativo por um bom tempo.
********
Érika havia saído do plantão mais cedo, pois não estava se sentindo bem. A loira estava esperando o portão para a garagem abrir, quando escutou alguém bater na janela de seu carro. Não conseguiu evitar a surpresa ao ver de quem se tratava.
-- O que você faz aqui?
-- Abaixa - disse apontando para o vidro - Quero falar com você.
-- Sobre o que, Fernando?
-- Vamos pra um lugar mais sossegado - disse olhando em volta.
Érika ficou pensativa, mas abriu a porta do veículo. Fernando se sentou ao seu lado. O silêncio reinou enquanto a loira procurava um lugar sossegado para estacionar. Não sabia o que o irmão poderia querer com ela, após tantos anos.
Érika e Fernando ficaram um tempo observando as crianças, que brincavam na praça. A loira tinha reparado que o irmão estava diferente. Fernando estava mais forte, com cabelo cortado e barba perfeitamente aparada, era um homem muito bonito, usava uma camisa social e calça jeans escura.
-- O que você quer? - Érika perguntou sem encará-lo.
-- Você não devia ter feito nada contra a Daniela - disse olhando em volta.
-- Pelo visto vocês estão juntos mesmo.
-- Sim... Ela está furiosa.
Érika percebeu que o irmão estava nervoso.
-- Está tudo bem?
Ele a encarou.
-- Não! A Daniela não pode sonhar que eu tô aqui com você.
-- Então por quê você veio?
-- Porque eu precisava te alertar... Érika apesar de tudo eu... Eu gosto de você... A Daniela vai fazer algo contra você... Eu não sei ao certo o que é... Mas você precisa ficar ligada.
-- Eu não tenho medo dela.
-- Mas devia... Ela é perigosa.
-- Assim como você?
Fernando desviou o olhar e ficou pensativo.
-- Existem coisas que é melhor você não saber.
-- Tenho uma ideia do que seja.
-- Você está enganada - Fernando abriu a porta do carro e saiu - Cuidado... A Daniela vai aprontar.
-- Ok, Fernando - Érika disse observando o volante.
-- Foi um prazer revê-la... Alice - disse sorrindo.
Érika também sorriu.
-- Você sempre terá uma escolha, Fernando.
O jovem não falou nada e foi se afastando. Érika ficou um tempo no mesmo lugar. Pegou o celular e discou um número.
-- Onde você está? - disse assim que atenderam.
-- Oi, bom dia pra você também, Érika - irônica.
-- Sem gracinhas, Carol. Onde vc está?
-- Tô numa padaria tomando café, porquê?
-- Vá para o apartamento, a gente se encontra por lá, não demora. Tenho um assunto sério para falar com todas vocês.
A baixinha ficou preocupada.
-- O que aconteceu?
-- Eu te falo quando nos encontrarmos. Tchau!
Desligou sem esperar resposta.
-- Essa Daniela só pode ser louca... E o Fernando... Nem sei o que pensar.
Érika deu partida no veículo e seguiu direto para o apartamento das jovens.
Fim do capítulo
Olá meninas... Primeiro eu gostaria de me desculpar pela demora. Algumas coisas estão me impedindo de escrever.
Vcs terão que seguir meu ritmo.. Rsrs... Que eu não sei exatamente qual é... Vai depender de algumas coisas.
Peço que vcs orem por essa autora maluquinha.
Obrigada pela compreensão.
Essa história é uma parte especial de mim.
Beijos à todas.
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lia-andrade
Em: 07/01/2017
Daniela já planejando mais uma de suas maldades. Fiquei surpresa com a atitude do Fernando em alertar a irmã. Espero que elas estejam atentas para as maldades da Daniela.. Principalmente Luiza e Rebeca. Não será justo elas caírem em mais uma das maldades da Daniela..
Beijos, ansiosa para o próximo.
Mille
Em: 06/01/2017
Oi Stelinha tudo bem? Torcendo para que tudo fique bom pra ti estará em minha orações.
Que isso a Carol falando verdades para a Vick, e um sacode na Karina. Bom a baixinha não bem nas duas garotas. A Vick se importa com os laços sanguíneo deveria era viver esse amor que escondeu por muito tempo, se não der certo ou não só o tempo dirá mais o que importa é não se arrepender. E a Karina essa não foi comentar procura alguém que goste dela e não que a trata como uma qualquer, migalhas da Daniela e pouco para ela.
Poliana entendo no time dá víbora espero que ela mude de opinião mais do jeito que ela é cabeça dura capaz de fazer tudo que a Daniela está aprontando.
A ruiva e a Luiza curtindo o tempo que passou e a pequena Emily gostou dela, muito linda as três juntas.
Bjus e até o próximo, sempre aqui esperando mesmo que demore, amo essa história e a autora.
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cidinhamanu
Em: 06/01/2017
Bom dia Stela, espero que esteja tudo bem com você!!
Que capítulo grandão, adoroooooo...
Saudades autora gata!!
Fiquei feliz com o seu retorno, e mesmo que algumas coisas estão te impedindo de escrever, você não nus abandonou como muitas aqui fazem, obrigada!!
Espero que Vick e Carol se entendam logo e que a baixinha se cuide, pois a Elise é insistente.
Tô amando esse momento love da Luiza e da Becca, elas são meu casal preferido.
Érika e Bia no maior amor, são lindas juntas, mesmo a loira se contendo tanto...
Daniela está mais detestável do que era. Que cobra!
Por mim, já pode tirar essa Daniela de cena, antes que junto com a Poliana, ela consiga prejudicar a Luh e a Becca, justo agora que elas finalmente se acertaram, né não autora?!
Tomara que a Érika chegue bem em casa sem lhe acontecer qualquer acidente provocado pela naja da Daniela...
Beijos!
Até mais, se cuide amiga e até o próximo...
Cidinha.
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