CapÃtulo 62
Última Noite de Amor -- Capítulo 62
Na boate.
Uma elegante limusine preta parou na calçada em frente a boate. Alexandra cedeu ao impulso nervoso de olhar outra vez para o relógio e confirmar que eram realmente vinte e uma horas.
-- Todos prontos? -- perguntou ajeitando a pistola na cintura.
-- Sim chefe -- responderam.
-- Então que comece a festa.
Vemba estava na porta e como da outra vez, os recepcionou de braços abertos.
Alexandra assim que adentrou ao salão principal, olhou ao redor avaliando minuciosamente a situação, em seguida elevou a vista até onde Isabel e Malú estavam sentadas.
-- Lassen Sie uns zu ihnen gehen(vamos até elas) -- falou para Bruna.
-- Gut (tá certo) -- Bruna fez um gesto para Vemba e ele de imediato se pôs ao seu lado.
-- Pois não princesa? -- perguntou solicito.
-- Hoje ficarei com a bela mulata e o Tom vai se divertir com a gostosa, linda, abusada, alto-astral, maravilhosa, charmosa, sensual, romântica, saudável... Isabel.
Alexandra olhou de cara feia para ela, que a ignorou e continuou a falar:
-- Aquela morena é tudo de bom. Acho que vou levá-la comigo para Liechtenstein -- falou e deu um sorrisinho, mas, na verdade, estava louca para dar uma bela gargalhada.
-- Não! -- Vemba falou sério -- Isabel é uma garota problema. Daqui ela não sairá nunca mais.
-- Como assim nunca mais? -- Bruna estava curiosa em saber o motivo e com certeza Alexandra estava muito mais.
-- Isabel é uma gata selvagem, assim que for colocada em liberdade fará de tudo na tentativa de destruir o nosso paraíso. Se é que você me entende -- Vemba deu um sorriso de lado.
-- Claro que entendo -- Bruna concordou olhando para Alexandra -- Que garota ingrata hein?
-- Isabel sempre foi muito bem tratada por todos nós. Não sei porque ela age dessa forma.
Alexandra respirou fundo e revirou os olhos irritada. Estava no seu limite, era nojento ouvir Vemba falar de Isabel com tanta ironia.
-- Sendo assim esqueça o que falei. Não quero uma encrenqueira em nosso meio -- Bruna deu um passo a frente deixando claro que o assunto estava encerrado -- Agora vamos à diversão -- acenou para Alexandra a chamando -- Com licença Vemba. Estou pagando muito caro para ficar aqui jogando conversa fora -- virou-se para os homens de Vemba e falou sorrindo: -- Bebida por minha conta, podem encher a cara.
Os homens comemoraram aos berros.
Vagarosamente Bruna e Alexandra caminharam até uma das mesas ao fundo, próxima a escada e pararam em pé olhando para as duas garotas.
-- Vem comigo Malú -- Bruna estendeu a mão para a mulata.
-- Hum! Que delícia amor -- Malú falou toda sorridente e sexy.
-- Já te disse para não se passar, hein mulata. A Bruna é chave de cadeia -- Isabel alertou a amiga.
-- Do jeito que você fala, essa mulher da Bruna deve ser uma onça-pintada. Credo!
-- Minha Vic é muito cuidadosa. Se você procurar, com certeza, vai encontrar um drone espião sobrevoando esse local.
Malú olhou para cima.
-- Sério?
-- Ai, aí. Haja paciência -- Alexandra resmungou -- Vamos subir para o quarto está quase na hora de colocarmos o plano em prática.
Os homens que acompanhavam a comitiva da princesa também escolhiam as suas parceiras e se encaminhavam para os quartos.
Aos poucos o salão foi ficando deserto. Apenas Vemba, Bob e alguns funcionários continuavam por ali.
-- Você não acha que a Valentina e o Gustavo estão demorando demais, Vemba? -- Bob perguntou enchendo dois copos de vinho.
Vemba pegou, o seu e bebeu de um trago.
-- Acho sim. Mas por outro lado também acho normal. A selva é um lugar perigoso além de animais selvagens existem muitas outras coisas que podem atrapalhar a viagem.
-- Que outras coisas Vemba?
-- Assaltantes, militantes do partido contrário ao governo e até mesmo a estrada que é horrível por essa região.
-- Sinceramente, não estou nem aí para aqueles dois, minha preocupação na verdade é com o dinheiro do pagamento.
-- Verdade. Você tem toda razão -- Vemba riu alto -- Você confia neles Bob?
-- Nenhum pouco, mas acho que eles não seriam idiotas o bastante para nos trair.
-- Mesmo assim, vamos ficar atentos. Se eles não aparecerem dentro de duas horas, vou mandar alguns homens atrás.
No quarto.
-- Quando começará a fuga amor? -- Isabel enroscou os braços ao redor do pescoço de Alexandra que por sua vez, envolveu a sua delicada cintura e a puxou para junto de si.
-- Daqui a pouco, meu mel -- Alexandra alisava o rosto dela enquanto falava -- Como você está?
-- Estou bem. Vou me virando e você? Está conseguindo se alimentar direito?
-- Mais ou menos. Ser vegetariano nesse país não é nada fácil.
Bruna balançou a cabeça discordando.
-- Você está sendo injusta Alex. O que mais tem nesse país é vegetariano. Exemplo: Girafa, búfalo, rinoceronte, elefante...
-- Tá certo Bruna. Amanhã logo cedo vou para a floresta comer uns arbustos no café da manhã.
-- Tem dó né Isa. Você aqui comendo o pão que o diabo amassou, preocupada com a madame vegetariana -- Malú cruzou os braços sobre o peito e fez cara de brava.
-- Escuta aqui ô irmã mais velha do dragão de São Jorge...
-- O queeeee? -- Malú explodiu -- Repete.
-- Xannndaaa... -- Isabel puxou ela pelo braço -- Pede desculpa.
-- Desculpa porque? Falei tá falado.
-- XANDA!!! -- Isabel falou mais alto.
Alexandra revirou os olhos e bufou.
-- Tá bom. Exagerei, mas não peço desculpa -- fez bico e colocou as mãos nos bolsos de trás da calça.
-- Sua ch*pa pomba!
Alexandra arregalou os olhos.
-- Isaaa...Escutou isso? -- Alexandra colocou a mão sobre a boca.
-- Escutei amor. Deixa comigo -- Isabel virou-se para Malú, jogou os cabelos para trás e franziu a testa -- Agora você passou dos limite, sua boqueteira.
-- Hannn...??? Essa foi demais... -- Malú partiu para cima de Isabel.
-- Epa, epa, epa -- Bruna entrou no meio para separá-las e contornar a situação -- Gente. Qual é? Vamos ser mais responsáveis e focar nos bandidos. Guardem os tapas e arranhões para os inimigos.
As duas se afastaram, mas continuaram se encarando com cara de mau.
-- A Bruna está certa, meninas. Vamos focar no objetivo -- Alexandra aproximou-se da médica e tocou em seu ombro -- Me dê o mapa.
Bruna tirou o papel dobrado do bolso e entregou para ela.
-- "Pré aqueça o forno a 190 graus. Em uma tigela, misture bem os ovos com a manteiga e o açúcar". O que é isso Bruna?
Bruna deu um sorriso tímido, inclinando a cabeça para baixo e mordendo os lábios.
-- É a receita de bolacha manteiga que a funcionária da cozinha do hotel me deu.
--"Vamos ser responsáveis e focar nos bandidos" -- Alexandra colocou as mãos na cintura e imitou a voz de Bruna -- Seu filhote de anta -- deu um tapa na cabeça dela.
-- Calma amor! -- Isabel segurou sua mão esperando acalmá-la.
-- Calma Isa? Daqui a pouco o Gaúcho vem buscar o mapa e eu vou entregar uma receita de bolacha de manteiga.
-- Deixa comigo Tom Cruzes -- Malú falou de frente para Alexandra -- É só dizer o que precisa que eu faço um mapa. Conheço cada cantinho desse prédio.
-- Viu, sua brucutua? Está resolvido. Pensa que tenho medo de você Mônica?
Alexandra levantou a mão e Bruna correu.
-- Aiiiiiiiiii...Socorroooooo...
-- Covardona!
-- Xanda, chega! -- Isabel sentou na cama e esfregou o rosto com as mãos -- Estou com tanto medo que algo dê errado.
Alexandra sentou na cama e estendeu o braço para ela. Inclinou-se, afastando o cabelo do seu rosto.
-- Todos estão preocupados, meu mel -- murmurou, apertando-a contra o seu corpo.
Isabel se remexeu inquieta contra Alexandra, aconchegando-se ainda mais. Encostando sua boca quente no pescoço dela.
-- Não se preocupe. Eu vou proteger você -- sorriu e a beijou.
-- Ah tá! E quem vai defender essa mulata gostosa aqui caso esse plano dê merd*?
-- Eu vou lhe defender -- Bruna bateu com a mão no peito -- Eu luto MMA.
-- Muita Merd* Acumulada tem sigla agora?
-- Ooooolhaaa...Esqueceu que sou a princesa?
Alexandra se pôs de pé e caminhou até Bruna.
-- Vai para o outro quarto e leva a Malú contigo. Tenta fazer um mapa da parte externa da boate e passa para o Gaúcho -- Alexandra olhou para o relógio e depois para Bruna -- Dentro de uma hora isso aqui vai se transformar em um verdadeiro cenário de guerra. Então meninas, aos seus postos...
No salão, Vemba e Bob mantinham uma discussão áspera sobre política. O vinho era bom, e já estavam na segunda garrafa, a essa altura Vemba tratava Bob como se fosse o seu melhor amigo.
-- Noite tranquila essa, hein Vemba?
-- Às vezes é bom fechar a boate para esses clientes excêntricos. Fazia tempo que eu não me dava ao luxo de sentar e beber tranquilamente aqui no salão.
-- Até seus homens estão mais relaxados.
-- Verdade. Esse povo alemão é tranquilo. Não causarão problemas -- Vemba levantou a mão e estalou os dedos pedindo mais uma garrafa -- Sendo assim... Que tal mais uma garrafa de vinho? É por conta da princesa mesmo! -- risos.
No quarto de Isabel.
-- Eu te amo tanto Isa. Você é a minha alma, meu coração... -- Alexandra encarou Isabel com carinho -- Depois que tudo isso acabar quero que vá morar comigo.
-- Deixa eu ver se entendi... -- Isabel a provocou -- Estaria, por acaso, a dona Alexandra Girani me pedindo em casamento?
Alexandra a olhou assustada e Isabel gargalhou.
-- Não sei... Talvez...
Isabel passou a mão delicadamente pelo rosto dela.
-- Isso lhe assusta né? Eu entendo -- falou compreensiva, mas, ao mesmo tempo, decepcionada.
-- Não é isso -- gaguejou -- Pensei que você achasse o casamento uma instituição falida.
-- E achava, até conhecer você. Hoje sobretudo, considero o casamento uma entidade instituída por Deus, logo é sagrado. O casamento não é uma instituição falida, o contrato é que é.
Alexandra olhou bem no fundo dos olhos dela e falou de forma calma e clara.
-- Me vejo refletida no seu olhar, no seu sorriso, nunca amei e nunca fui amada assim antes. Eu não consigo mais viver um minuto sequer longe de você.
-- Uau!!! -- Isabel sorriu emocionada -- Que declaração de amor!
-- Não vou negar que adoro fazer amor contigo -- Alexandra acariciou-lhe o rosto e sorriu maliciosa -- Mas eu a amaria do mesmo jeito se ainda não tivéssemos trans*do. Acredite em mim meu mel.
-- Eu acredito meu amor -- Isabel a abraçou.
-- Eu me senti tão vazia durante esses dias. Longe da única coisa que enche a minha vida de luz. O seu sorriso, o som da sua voz, o seu jeitinho doce.
Alexandra encostou sua cabeça no peito de Isabel, e fechou os olhos enquanto sentia ela brincar com o seu cabelo.
-- Estou perdidamente apaixonada e quanto mais te amo, mais necessidade tenho de te amar.
-- Isso foi lindo Xanda!!! -- Isabel suspirou e a abraçou forte.
Os olhares se encontraram e beijaram-se apaixonadas. Um beijo longo e carregado de saudade. Separaram-se com o barulho de vozes e risadas vindo da parte externa do prédio.
-- Que barulho é esse? -- Isabel se levantou e foi até a janela -- Que estranho! -- encarou Alexandra, divertida.
-- O que é tão estranho assim? -- Alexandra caminhou até ela. Tinha um sorriso indecifrável nos lábios e os gestos de total tranquilidade.
-- Desde que estou aqui, nunca vi essa quadra de basquete ser usada. A não ser que...
Alexandra levantou as sobrancelhas e olhou para ela.
-- A não ser que?
No salão.
-- QUE BARULHO É ESSE? -- Vemba berrou para os seguranças.
Dois de seus homens prontamente se aproximaram da mesa e um deles se pronunciou sorrindo.
-- O patrão não vai acreditar, mas vai ter um jogo de basquete ali na quadra abandonada. Coisa de NBA. Homens enormes, todos com mais de dois metros. Nunca vi coisa igual.
Vemba olhou para Bob com uma expressão confusa.
-- Estranho -- tomou um gole do vinho -- Muito estranho.
No quarto de Malú.
-- Você poderia por favor sentar-se de uma maneira que eu não visse com tanta facilidade a cor da sua calcinha?
-- Eu hein... Quem manda olhar. Você não é casada?
-- Sou casada, mas não sou cega -- Bruna olhou no relógio de pulso e pegou na mão da mulata -- Aconteça o que acontecer, não deixe de correr.
-- Correr para onde? -- perguntou sem entender.
-- Vem comigo -- pararam diante da porta e Bruna falou em tom de seriedade -- Assim que eu der o sinal, corra, mas corra como nunca correu antes.
No quarto de Isabel.
-- Isa, aconteça o que acontecer não volte. Seja a líder. Guie as meninas até a saída e não as deixe parar pelo caminho. Mesmo que ouvirem tiros continuem correndo.
-- Porque você está falando isso? Você não vai comigo? -- perguntou segurando-a pelo braço.
-- Nesse primeiro momento não. Eu e a Bruna não sairemos daqui sem termos certeza de que Vemba e Bob foram capturados.
Isabel caminhou até a porta pisando firme, parecia irredutível em sua decisão.
-- Eu só saiu daqui ao seu lado.
Alexandra respirou fundo e caminhou até ela.
-- Isa meu amor. Nós sairemos todos juntos daqui, confie em mim, por favor. Você só levará as garotas até o veículo que está estacionado no beco ao lado e lá esperem por nós. Garanto que não vamos demorar. Alguém tem que fazer isso Isa e essa pessoa será você -- falou com voz firme e convincente.
-- Estou preocupada Xanda. É muito perigoso -- Isabel jogou-se nos braços de Alexandra agarrando-se a ela com força.
-- Também estou preocupada e sei que é muito perigoso, mas não será por isso que deixaremos de lutar. Não é mesmo? Chegamos até aqui, agora não tem mais volta.
-- Promete que vai se cuidar? Promete que sairá logo em seguida? -- pediu ainda agarrada a ela.
-- Prometo, prometo -- beijou a cabeça dela e sorriu -- Agora vem que já está na hora.
Na quadra, o jogo de basquete corria solto. Um tumulto excessivamente proposital instalou-se. Ouviam-se formidáveis berros. E esses berros propagavam-se à distância, invadindo os corredores, ecoando por todo o prédio num barulho infernal. Esse era o plano que encobria o verdadeiro objetivo: A explosão.
Alexandra abraçou Isabel e a protegeu junto ao seu corpo. Logo em seguida ouviu-se o estrondo, a parede explodindo e despencando feito jaca.
-- Corre, corre -- Alexandra berrou para Isabel -- Confio em você meu mel, tire as garotas daqui -- deu um beijo rápido em sua amada e foi até Bruna -- Vem comigo. Vamos atrás dos chefões.
Antes de descer a escada Alexandra olhou mais uma vez para Isabel e sorriu. Faria qualquer coisa para vê-la livre daqueles bandidos para sempre.
Isabel juntou-se a Malú no corredor.
E muito rapidamente o caos instalou-se naquele lugar.
Garotas saiam correndo de dentro dos quartos e se esbarravam sem saber para que lado iriam. Isabel tomou frente da situação e chamou a responsabilidade para si.
-- Meninas, meninas -- gritou e bateu palmas para chamar a atenção -- É o momento da fuga. Finalmente vamos sair desse lugar. Vamos voltar para o Brasil.
Gritos de guerra e raiva misturavam-se aos de felicidade e entusiasmo.
-- Me sigam. Vamos fugir por aqui.
Isabel e as garotas correram em direção ao local aonde havia ocorrido a explosão. A parede não existia mais. Lá embaixo um amontoado de escombros dava mostra da quantidade de carga de dinamite que foi detonada.
Malú olhou desanimada para baixo.
-- É muito alto Isa. Não vamos conseguir descer.
Isabel concordou com um gesto de cabeça.
-- E agora? -- olhou ao redor procurando outra saída.
-- Meninaaasss... -- ouviram uma voz meio que melosa vinda lá de baixo -- Precisam de ajuda?
Um rapaz de no mínimo dois metros de altura, vestido com uniforme de jogador de basquete e uma escada nos braços, jogava todo o seu charme para as garotas.
-- Podia apará-las uma a uma, mas acho que vocês preferem a escada. Não é mesmo?
Malú fez uma careta.
-- Esse deve ser mais um dos alunos da sua Xanda.
-- Deixa de papo furado e vamos começar a descer logo. Helena, vai você primeiro. Eu e a Malú iremos por último.
E assim começaram a descer uma a uma.
Alexandra e Bruna pararam estrategicamente no alto da escada. Ficaram em silêncio estudando o lugar e o que fariam a seguir.
Uma verdadeira batalha era travada entre seus homens e os de Vemba. Bruna deixou escapar um gemid* ao ouvir o som dos disparos se aproximar perigosamente.
Gaúcho subiu a escada arrastando-se pelos degraus até chegar ao seu topo.
-- O que faremos agora chefe? Eles estão encurralados, mas possuem muitas armas e continuam atirando.
-- As saídas estão bloqueadas?
-- Todas, dona Alexandra.
-- Na batalha de Iwo Jima, na segunda Guerra Mundial, os soldados japoneses entocaram-se em cavernas e bunkers e estavam dispostos a morrer ali e levar o maior número de soldados americanos com eles. Você sabe o que os americanos fizeram?
-- Não chefe.
-- Usaram lança-chamas. Isso possibilitou aos americanos desentocar os japoneses. O jato flamejante era derramado nos buracos e seus ocupantes saiam correndo em chamas em completo desespero.
-- O que é isso Alex? -- Bruna estava horrorizada -- Quanta maldade!
-- Não falei que faria isso. Não temos lança-chamas.
-- Ah, tá! Que alívio -- Bruna suspirou aliviada.
-- Toca fogo na casa.
-- O queeeee...? -- Bruna entrou em pânico -- Você vai matar a todos, sua maluca.
Alexandra deu um sorrisinho irônico.
-- Maluca??? Eu??? -- Alexandra fez biquinho.
-- É. Você mesmo. Maluca e maldosa.
-- Um dia deixarei de ser maldosa. Mas esse dia não é hoje. E tem outra; Quem tem dó é violão.
-- Você só fará isso passando por cima do meu cadáver.
-- Gaúcho, mata ela.
-- Sério chefia?
-- Claro que não seu idiota -- revirou os olhos -- Manda o nosso pessoal cercar o prédio e depois taca fogo.
-- Xanda, por favor, não faça isso -- Bruna praticamente implorou -- Deus está vendo tudo.
-- Que bom, mais um pra testemunhar ao meu favor. Vai lá Gaúcho. Quero ver os ratos abandonarem o navio.
Enquanto isso na floresta.
-- Meu Deus... Estamos perdidos na floresta!
-- Calma André! Não estamos perdidos, apenas não encontramos o nosso Jipe.
Tatiana encarou o guia e deu de dedo nele.
-- Como não estamos perdidos? Andamos há horas e chegamos a lugar algum...
-- Eu falei que havíamos exagerado na camuflagem do carro -- Valéria sentou-se desanimada.
André caminhou até uma árvore, olhou, olhou e...
-- Aiiiiii... O Smigol do Senhor Dos Anéis -- pulou no colo do guia -- Olha lá... Que horror!!!
-- Que Smigol seu bobão. Essa é uma coruja do mato -- o homem largou ele no chão -- Bem, o jeito é caminharmos até a estrada. Com sorte conseguimos uma carona até a cidade.
O fogo se alastrava pela boate e o cheiro da fumaça começava a tomar conta do salão.
Bob olhava para cima como se procurasse alguma saída. Estava ficando sufocado, estava difícil de respirar.
O fogo continua a se alastrar, e tudo queimava, queimava as cortinas, os móveis, tudo o que encontrasse pela frente. Ouve os gritos dos homens de Vemba que corriam desesperados em direção a saída e eram pegos um a um com uma facilidade cômica.
Vemba passou por ele com um pano sobre o nariz.
-- Nossa única chance de fugir é pelo telhado. Venha!
Mas para chegar até o telhado teriam que subir a escada e isso significava ter que passar por Alexandra e Bruna.
-- Vamos. Mais rápido se não morreremos.
Subiam a escada com extrema dificuldade, praticamente se arrastavam pelos degraus e quando enfim chegaram ao topo...
-- Oiê...Lembra de mim senhor Bob? A namorada galhuda da Isabel.
Bob levantou a cabeça e Alexandra deu um chute bem no queixo dele. Ele rolou as escadas rapidamente no início e foi perdendo a velocidade conforme caia sobre os degraus, até finalmente parar no chão do salão em chamas.
Alexandra foi descendo os degraus lentamente, enquanto o fogo consumia tudo com rapidez.
-- Alexandra, não! -- Bruna berrou desesperada -- O teto vai desabar.
Alexandra não deu atenção. Vingar-se de Bob essa era sua obsessão.
Parou junto ao corpo caído no chão e deu mais um chute.
-- Você não vai morrer aqui, Bob. Eu não vou deixar. A morte seria um prêmio para você -- começou a arrastá-lo de volta para a escada.
A fumaça logo envolveu todo o salão. Alexandra tossiu, sentindo os pulmões arder. Estavam encurralados! Os vidros quebravam e os gemid*s que Bob soltava eram absorvidos pelo som da madeira queimando.
No lado de fora, todas as garotas já estavam devidamente acomodadas dentro do ônibus. Isabel olhou em direção à boate e viu a intensa fumaça que envolvia o prédio.
-- Fumaça! Deus, a boate está pegando fogo!
Isabel saiu correndo desesperada. Conhecia Alexandra. Sabia que ela não sairia de lá sem antes capturar Bob e Vemba.
Percorreu o mesmo caminho até chegar no corredor que dava para a escada. Rasgou um pedaço de sua blusa, ensopou o tecido embaixo da torneira, e colocou o pano na boca.
Desce alguns degraus, tossindo, a fumaça entrando em seus pulmões. Viu um corpo caído nos primeiros degraus da escada e ao lado a jaqueta e o chapéu de Alexandra, ameaçou correr, mas não houve tempo. Naquele instante o teto inteiro desabou.
-- XANDA!!! NÃOOO... -- caiu de joelhos com as mãos no rosto.
Fim do capítulo
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lucy
Em: 22/07/2016
Karaaaaca Xanda tem que ter saído dali, chapéu no chão
não quer dizer nada ....o Vemba me preocupa.....affz e a Isa
tinha que ficar fora, mas não seria a Isa néh mesmo ? Muito
bom e quanto ao André e tiurma fiquei com medo de aparecer
outro leão, e a do Smigow kkkk tadinha da linda coruja rs
Bjs tá de parabéns adorei !
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Susana
Em: 15/05/2016
Oi :) é a primeira vez comentando aqui e eu só quero dizer que eu sou muito fã e to adorando muito estas loucuras, a Alexandra é tão legal e essa fofura toda meu deus eu derreti aqui. Tenho de arranjar uma Xanda pra mim rsrsrs bjão
Resposta do autor em 15/05/2016:
Seja bem-vinda Susana. Esse é o primeiro de muitos que você fará. Obrigada minha querida. Pode ter certeza que nesse mundão de Deus tem uma Alexandra fofíssima só esperando o momento exato pra te fisgar. Ficarei na torcida. Bjã meu anjo e apareça sempre.
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graziela
Em: 14/05/2016
Vandinha desculpa. Nem eu me entendi.
Acho que foi o corretor. Ou algumas bebidas. Não sei. 😂 😂 😂
A Loira aqui fui eu.
Mas de qualquer forma a confusão está enorme para essa turma. Vamos torcer para que acabe td bem.
E não mata a Xandinha não por favor né?
Novamente desculpa minha mensagem maluca.
Bjão.
Resposta do autor em 14/05/2016:
Kkkk... Eu entendo. Sexta à noite... Sei como é. Quanto à Alex, ela é osso duro Graziela, vamos torcer por ela. Bjã garota e beba com moderação, mas se beber não comente. Um ótimo FDS. Até.
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NayGomez
Em: 14/05/2016
AIn muitas emoções espero que a Alex não tenha morrido e que ela possa sair com o Bob e o Vemba em mãos. Quero sabe o que virou de Valentina e Gustavo, Heitor é outro que não pode escapar.
Resposta do autor em 14/05/2016:
Olá Nay. Tudo bem? Todos os personagens terão o seu final contado com detalhes. Valentina, Gustavo, Heitor, enfim todos eles. Não deixarei ninguém de fora, sem atropelos, afinal não temos pressa e como dizem por aí: "A vingança é um prato que se come frio", não é mesmo? Beijão gata. Até.
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wood
Em: 13/05/2016
Como você faz isso Vandinha parar bem agora 😲😲😲😲vou ficar em cólicas pensando noque acoteceu com Isa e Alex,ainda bem que sou só um pouquinho curiosa kkkkk.Parabéns capítulo maraaaaaa,vê se não demora muito pra postar torcendo pelo concerto urgente do seu noute.Adoro você beijão linda😚😘😘😍😍
Resposta do autor em 13/05/2016:
Olá minha querida. Pois é Wood, infelizmente sem meu Note tenho que apelar para o celular mesmo e aí você já pode imaginar né. Enfim, vou me virando. Beijão meu anjo. Até.
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Mille
Em: 13/05/2016
Ai, ai, ai que isso Vandinha porque deixar a Isa tinha que sair do onibus, Alex deve ter saido e a Isa nem notou, poxa vida.
Assim meu coração fica bem pequeninho a cada momento assim.
A turma na floresta esta mais perdido do que cego no tiroteio, estou doidinha para ver Gustavo e Valentina pagando por seus trambiques.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 13/05/2016:
Oi Mille. Pois é, bem Isa essa atitude né. Ela nunca deixaria a Alex para trás. Estranhariamos se ela agisse de outra forma. O jeito agora é torcer para que nada de ruim aconteça às nossas mocinhas.
Não se preocupe, os trambiqueiros terão o que merecem.
Beijão fofa. Até.
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