Capítulo 43 - Debaixo dessa neve mora um coração
Durante um mês, poucos foram os meus contatos com Luísa. Evitei as ligações para ela não se sentir sufocada e optei pelos SMS, que julguei menos invasivos. Sofri com a demora dela em respondê-los e, muitas vezes, com as não respostas ou evasivas.
Um dia, não resisti e liguei. Achei oportuno dizer que dentro de uma semana estaria definitivamente de volta. Ela, no entanto, limitou-se a perguntar como eu estava e se eu havia defendido o projeto. Insisti numa aproximação, dizendo que a dedicatória do trabalho tinha apenas um nome, o dela. Mais uma vez, ela limitou-se a agradecer. Então, tentei marcar uma conversa para assim que eu voltasse. Novamente, ela encerrou a conversa dizendo que não havia o que conversar e que a chave da nossa casa estava na casa da minha mãe.
Como se eu quisesse voltar a viver no que era nosso, sozinha.
Desliguei chorando.
Fiquei reclusa até a minha volta ao Brasil. Voltei com medo do que ia encontrar. Não anunciei o dia da minha chegada com receio de decepcionar-me com a recepção. Recepção que não houve.
Peguei um táxi para a nossa casa e a chave reserva com o caseiro. Quando entrei, percorri todos os cômodos. Um vazio enorme tinha tomado conta daqueles espaços e um maior ainda de mim. Não queria ficar lá, mas não tinha para onde ir. Quando nos mudamos, decidimos preservar o apartamento de Luísa, para que ela se sentisse mais segura, e alugamos o meu. Agora, eu que sentia vontade de correr dali, eu que estava insegura e não tinha para onde ir. Afogada em lembranças, como os melhores personagens de romances baratos.
Fim do capítulo
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Naiara Gopin
Em: 03/04/2018
Querida autora, a senhora que me matar de ansiedade?? Aumenta o tamanho dos capítulos, por favor. E se possível poste novos capítulos com uma maior periodicidade. Antecipo meus agradecimentos! S2
Resposta do autor:
Oi Naiara, prestar atenção na vida de Carol e Luísa não tá fácil! Precisamos de um tempinho para compilar os fatos e escrever pra vocês, por isso nossa periodicidade de é semanal.
mtereza
Em: 02/04/2018
Sei que posso esta sendo radical mais não consigo mais simpatizar com a Carol muito menos me sensibilizar com o seu sofrimento esperando realmente desconstruir essa imagem q tenho dela hj
Resposta do autor:
Seu coração está ferido Tereza, mas calma! nada como um dia atrás do outro.
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