CapÃtulo 58 Hotel
CAPÍTULO 58: Hotel.
Júlia tentou se distrair durante o vôo, brincou com as meninas, mas depois de um tempo quando as viu quietas começou a ficar inquieta na poltrona detrás da delas.
Inquieta por estar retornando, por ter pavor de aviões e essas viagens longas que a fazia pensar a todo momento uma besteira diferente que em qualquer momento poderia ocorrer algo, e dividindo seus pensamentos com essas teorias sobre o que poderia ocorrer com o vôo tinha a inquietação sobre reencontrar Amanda.
Assim que o avião tocou o solo e as pessoas soltaram seus cintos Júlia tratou de ir rapidamente até o banheiro pois suava frio, precisava molhar seu rosto e respirar fundo.
Voltando para seu assento observou as outras duas garotas e aquela era um sensação diferente ao vê-las.
Estava confusa ao decidir que tipo de sensação era aquela, ainda tinha medo da amiga se magoar, tinha esse medo porque podia ver ao olhar para as duas o quanto Manuela estavam envolvida, que por mais que a amiga não demonstrasse quem estava de fora podia ver, era mais do que notável.
Mas por mais que tivesse esse receio da amiga se magoar não sentia mais aquela impressão de que Rachel era a pessoa menos indicada para estar com ela. A garota com suas ações tinha feito algo dentro de si mudar, e perceber que a presença dela agora não era mais incomoda.
Decidiu por fim achar bonito aquele envolvimento das duas.
Saíram do avião e Júlia ainda sentia suas mãos geladas e agora seu peito estava pesado.
Aguardou enquanto Manuela foi até o banheiro do aeroporto deixando ela e Rachel ali sozinhas.
-- Júlia? – Rachel chamou vendo a expressão seria da loira.
-- Oi
-- Respira um pouco e relaxa, pelo menos tenta.
-- Eu to tentando – disse forçando um riso em uma tentativa falha.
-- É eu to vendo bem por essa careta – brincou a fazendo revirar os olhos verdes – Qual é Júlia, eu sei o que te aflige, mas não fique assim e nem sofra por antecedência de pensar no reencontro com Amanda.
-- Eu to tentando não pensar nisso – respirou fundo soltando o ar todo de uma vez.
-- Apenas não insista com ela – aconselhou a fazendo olhar com estranhamento.
-- Acho que não entendi suas intenções
-- Não pense besteira, eu estou apenas te dando uma dica, segue se quiser, mas o mais indicado é que você não insista com ela caso a encontre lá, deixe que ela vá falar com você, Amanda precisa perceber as conseqüências de suas escolhas, entende?
-- Acho que sim
-- Pois bem, mas se achar que é um conselho ruim siga o que pensa ser melhor, dei apenas uma dica.
-- Sim, obrigada Rachel, eu...
-- Demorei? – Manuela falou surgindo e pegando na mão de Rachel
-- Um pouquinho – a garota de cabelos castanhos lhe sorriu e teve a boca beijada rapidamente em um breve selinho.
Júlia riu.
Queria por um momento estar com a leveza delas.
... ... ... ... ...
Assim que desceram do avião Rachel sentiu um desconforto quase gritante, mas tentou se manter firme e não demonstrar. Não tinha o direito de chamar atenção para si, não... não tinha esse direito.
Quem precisava de atenção ali e foco era Júlia, sabia que a garota loira devia estar em pânico e mesmo assim tentava se demonstrar forte.
Andaram até o ponto de taxi e seus passos começaram a encurtar e a respiração entrar com dificuldade, pois cada puxada era como uma alfinetada em seu corpo.
-- Rachel você esta se sentindo bem? – Manuela falou observando-a.
-- Eu to bem.
-- Rachel olha pra mim – parou de vez a puxando para que parasse também – O que esta sentindo?
-- Não é nada Manu, é impressão sua.
-- Eu vou perguntar de novo ta? – ergueu sua mão até o rosto da garota de cabelos castanhos e acariciou – O que você esta sentindo?
-- Eu... – baixou as sobrancelhas e tentou desviar o olhar, mas teve a mão que lhe fazia carinho a prender ali e encará-la.
-- Olha pra mim.
-- Só estou com dor de cabeça, é só isso, nada importante.
-- Olha aqui – puxou delicada mais o rosto da outra para que encarasse totalmente seus olhos – Se você esta com dor é importante.
-- Não é nada demais – disse baixo se incomodando com o olhar.
Sentiu por um momento como se Manuela pudesse desnudar-lhe a alma, como se pudesse enxergar todos seus erros e defeitos, fraqueza. Tudo.
E aquilo lhe deu um leve incomodo, seguido de uma vertigem a fazendo fechar os olhos com força.
A parte onde tinha batido a cabeça latej*v* e sabia bem que deveria estar de repouso, a doutora tinha avisado que a concussão teria que ser tratada e a melhor forma possível era mínimos esforços, e só de estar ali naquela agitação toda e de não estar deitada, era um grande esforço.
-- Você não esta bem – sentenciou a observando mais afundo.
-- Só preciso descansar um pouco.
-- Senta ali – apontou para um banco de concreto na calçada do aeroporto – Lá dentro deve ter alguma farmácia, vou te comprar um analgésico.
-- Manu – segurou-lhe o braço não deixando que se afastasse – Eu to bem, não vai não, fica aqui comigo, logo a gente já chega e eu descanso um pouquinho.
-- Isso não esta em discussão – respondeu-lhe de um jeito serio que seria até sexy se Rachel não estivesse incomodada com a forma mandona que a outra estava agindo consigo, como se realmente tivesse o poder de decidir algo.
-- Manuela olha...
-- Eu já volto – a cortou e selou seus lábios não dando espaço ou tempo para que ela retrucasse algo, então logo saiu apressada.
Deixando para trás uma Rachel descontente e bufando.
Júlia não quis se met*r por isso ficou uns dez passos afastada delas, porem pode ouvir tudo e não pode evitar de fungar um riso com a cara de contrariada que a outra fazia.
-- Ela só esta tentando cuidar de você – falou dando alguns passos para perto.
-- Esta retribuindo o conselho de mais cedo? Por que se estiver eu dispenso.
-- Ainda não estou – riu do mau humor repentino dela, era engraçado vê-la perdendo seu deboche costumeiro – Manuela esta demonstrando que se importa com você, então apenas tente valorizar um pouquinho e entenda.
-- Eu não gosto quando agem por mim, decidindo as coisas.
-- Ela só esta preocupada Rachel, responde, se fosse você no lugar dela o que faria, caso ela estivesse toda remendada e com dor e mesmo assim tentando dar uma de durona?
-- Você é chata quando quer sabia?
-- Só por que te fiz se por no lugar dela um pouquinho?
-- Porque esta me fazendo ver que eu estou sendo idiota por ter ficado brava com ela – resmungou de contra gosto e fez a outra rir.
Se tinha algo que Júlia estava aprendendo a gosta em Rachel era sua sinceridade, ela não mentia ou usava meias palavras, falava a verdade mesmo que sentisse desgosto com isso, mas ainda assim ela parecia sincera.
-- Que bom que percebeu, apenas tente relaxar, ela esta demonstrando que se preocupa e isso é muito bom, valoriza... e isso sim é um conselho – piscou-lhe fazendo-a revirar os olhos.
Instantes depois Manuela aparecia com uma sacolinha de farmácia e duas garrafinhas de água.
-- Essa é pra você – esticou para Rachel e a outra para Júlia – e esta pra você.
-- Mas eu não estou com sede Manu...
-- Vai tomar remédio também Júlia e nem vem querendo reclamar, já basta uma.
-- Mas...
-- Júlia toma isso – esticou-lhe o analgésico – Pode até não esta sentindo dor, mas pelo jeito que anda deve estar com desconforto.
-- Eu to bem general – riu tomando o que lhe foi dado assim como Rachel.
Pouco tem depois estavam no taxi seguindo rumo a mansão Lancaster.
-- Quer que entremos com você? – Manuela se ofereceu observando sua aflição.
-- Eu preciso fazer isso sozinha, mas obrigada.
-- Tudo bem, se precisar me liga.
-- Obrigada por terem ficado comigo,e Rachel, valeu eu agradeço.
-- Sem problemas loira aguada, qualquer coisa é só chamar.
-- Obrigada, e cuida bem da minha amiga – disse saindo do carro quando o motorista já tinha tirado suas malas.
-- Pode deixar.
Manuela e Rachel viram a loira entrar pelos portões da mansão em passos incertos.
-- Não vai ser fácil – Manuela soltou baixo observando o caminhar da amiga.
-- Sabemos que não, mas estaremos aqui pra ela se precisar – apertou-lhe a mão chamando sua atenção e despertando-lhe um sorriso.
-- Você também vai estar aqui pra ela? – perguntou ainda ostentando um sorriso.
-- Pode tirar esse sorriso bobo da cara – riu e puxou-lhe a mão para beijar – Sim, eu estarei aqui pra ela, junto de você, nós estaremos certo?
-- Certo – abriu mais o riso e beijou-lhe delicadamente atraindo a atenção do motorista, mas pra elas pouco importava – Acho que a loirinha conquistou o coração de mais alguém – gracejou a vendo revirar os olhos.
-- A amiga dela conquistou – respondeu entrelaçando suas mãos em um leve aperto fazendo Manuela sorrir mais e encostar-se nela.
Logo o motorista chegou ao endereço de Manuela, pois Rachel fez questão que ele a deixasse primeiro e se despediram prometendo se falarem assim que a outra chegasse.
E por fim Rachel chegou até sua casa.
Assim que colocou seus pés dentro da casa teve sua babá vindo até ela e abriu um sorriso.
Que saudade tinha daquela mulher.
-- Minha filha que demora! – exclamou a senhora indo ao seu encontro e parando ao vê-la mais de perto – Rachel o que é isso na sua cabeça?!
-- Não gostou do novo corte de cabelo babá? – brincou vendo a cara de brava da senhora – É nem eu pra falar a verdade.
-- Pare de brincadeira menina, tem um corte ai!
-- Ah babá, é uma longa historia, vamos sentar que eu te conto tudo, mas acredito que ficara contente eu fiz uma boa ação.
-- E precisava quase ter morrido pra isso?
-- Que exagero babá – riu com gosto até onde pode antes de sentir uma pontada.
-- Ah é exagero? Ta bom, vem cá – se aproximou e deu-lhe um abraço apertado no qual Rachel quase desfaleceu.
-- Babá não! – disse baixo se contorcendo e saindo do abraço – Meu Deus... quer me matar Rosa?
-- Não era exagero meu minha filha?
-- Ta, talvez nem tanto exagero assim – resmungou baixinho levando a mão um pouco abaixo do seio como se esse ato diminuísse alguma dor.
-- Você se met*u em problema mais uma vez não é menina?
-- Babá se eu não ajudasse outra pessoa estaria morta agora – rebateu vendo a face da senhora se assustar – Tenha calma, vou te contar tudo, vamos lá.
Seguiram para o sofá e ao sentarem Rachel começou a narrar tudo o que lhe acontecera desde que viajou e como chegou até ali com um corte na lateral da cabeça.
Não se esqueceu também de abrir uma das malas e entrega-lhe um presente que tinha comprado durante as férias.
... ... ... ...
Com Manuela não foi muito diferente.
Assim que chegou foi recebida com todo o carinho por seus pais e sua irmã, logo a puxaram para a sala a fim de saber como foi a viagem.
Já Júlia ficou um tempo fora da mansão criando coragem, e quando a coragem chegou ela entrou encontrando alguns empregados, instantes depois Cecília apareceu saindo da cozinha com uma xícara nas mãos junto de Amália.
-- Meu Deus filha! – Cecília exclamou indo em sua direção e dando-lhe um abraço desajeitado devido a estar com uma mão ocupada.
-- Oi vovó, como a senhora esta?
-- Hoje eu estou velha – brincou lhe arrancando um sorriso.
-- Por que diz isso?
-- Acordei com um pouco de dor nas pernas filha, mas o chazinho da Amália vai me ajudar.
-- Deveria procurar um medico.
-- Bobagem meu amor, estou bem minha saúde é de ferro, mas e você como esta?
-- Eu estou bem – estampou um sorriso triste – Só vim buscar algumas coisas como minha moto.
-- Filha vocês estavam tão exaltados porque não tenta conversar agora com mais calma?
-- Sinto muito, mas com seu filho não tem conversa, eu não irei procurá-lo e tão pouco ouvirei seus desaforos, alguém esqueceu de dizer pra ele, que ele não é o dono da razão.
-- Eu entendo – falou em um tom triste no qual a loirinha percebeu.
-- Não fique assim, eu não irei muito longe, pelo menos não ainda.
-- É meio impossível não ficar triste, mas eu te entendo.
-- Obrigada – abraço-a novamente e falou baixo beijando-lhe os cabelos que já eram quase grisalhos – Obrigada por me entender, ou pelo menos tentar.
-- Não precisa me agradecer meu anjo, pode até não parecer pela falta de convivência, mas desde que eu soube que você era minha neta eu nutri um amor de vó por você.
-- Queria ter tido a oportunidade de conviver com você, mas como não deu agüenta firme que eu quero fazer meus futuros filhos conviverem com a bisa – riu a fazendo sorrir também.
-- Se Deus quiser.
-- Ele quer, então ta na hora da senhora começar a ir no medico ver essas dores, precisa viver bastante ainda, já que você sabe como minha mãe é meus filhos não terão uma avó presente, mas terão a senhora que será a bisa avó, se cuida dona Cecília e se prepara.
-- Sim senhora, e aconselho a tê-los logo, quero poder ir ao shopping com meus bis netinhos – entrou no mesmo humor que a loirinha sorrindo.
-- Eu preciso pegar algumas coisas, seu filho não esta certo?
-- Não esta, mas mesmo que estivesse você não tem que se esconder, fique tranqüila.
-- É só que estou sem paciência, e é melhor evitar a fadiga – sorriu de lábios fazendo a senhora balançar a cabeça em compreensão – E... Amanda ta por aqui?
-- No quarto dela...
-- Então vou ser rápida.
-- Júlia? – chamou antes dela ir – Amanda esta sofrendo filha.
-- Olha – soltou um suspiro pesado – Amanda fez a escolha dela, me deixou lá sozinha sem nem se despedir, e eu realmente não vou atrás dela, ainda tenho um resquício de orgulho, e se é difícil pra ela também esta sendo pra mim.
Cecília sabia que ela tinha razão, apenas concordou com um aceno e viu sua neta se retirar em direção ao quarto.
Júlia tentou ser o mais rápido possível buscando suas coisas, o que menos queria era trombar com Olávo e terem um confronto.
Assim que pegou tudo se dirigiu até onde sua avó estava.
E o que menos queria aconteceu.
Olávo apareceu adentrando a sala junto de Regina que desde a discussão anterior ainda não tinha se entendido.
-- Júlia – pronunciou surpreso.
A loirinha ainda deixou escapar um “ai” em um suspiro desanimado.
-- Olá Olávo, Regina – cumprimentou os dois com um simples aceno.
-- Que bom que voltou – se animou estampando um sorriso e dando dois passos mas parando ao ver as malas que estavam ao lado da filha – Por que ainda não levaram suas malas para o quarto? – perguntou apenas para ver se era o que pensava.
-- Por que eu não resido mais aqui, eu já tinha falado isso quando vocês estavam lá.
-- Olha Júlia você não pode fazer isso, e sair daqui assim, não pode!
-- Olávo – Cecília tentou intervir.
-- Olávo nada mamãe! Ela não pode!
-- Ai gente, não acredito – Júlia resmungou baixo – Olha só Olávo, vamos parar de show, me de logo as chaves da minha moto.
-- Não vou dar!
-- Olávo de logo a droga das minhas chaves! – exclamou perdendo a paciência.
-- NÃO DAREI – disse alto o suficiente para esgotar toda a paciência da outra.
Começaram ali então uma discussão bem acalorada entre gritos que podiam ser ouvido em toda a mansão.
E até mesmo do quarto de Amanda.
E assim que ouviu a gritaria sem entender caminhou em direção de onde vinha toda aquela barulheira e reconheceu assim que chegou no topo das escadas.
Não entendeu o que estava ocorrendo e o porquê da discussão, pensou que pudesse ser sobre as duas, então ficou ali tentando entender.
-- Você não sai dessa casa! – Olávo se exaltou um pouco mais ficando cara a cara com a filha que o encarou de igual.
-- Me obrigue – Júlia rebateu tencionando seu maxilar – Pare de tentar me controlar pois apesar de geneticamente você ser meu pai, não tem esse papel presente, então apenas pare.
-- Se eu tivesse tido não seria dessa forma!
-- Que forma? Lesbica?!
-- Desaforada!
-- Me da a droga das chaves! Mas que inferno!
-- EU NÃO VOU DAR!
-- Ótimo, vou chamar um chaveiro – sentenciou dando-lhe as costas e sendo segurada firmemente pelo braço.
-- Você não fará isso!
-- Me larga, eu vou contar até três.
-- Larga ela Olávo! – Cecília pediu se aproximando.
-- Um...
-- Solta Olávo – Regina falou também se aproximando.
-- Dois...
-- Você não sai dessa casa e vamos conversar – Olávo disse ainda com o aperto firme.
-- Três!
Júlia se virou o empurrando com toda a força que tinha fazendo-o cambalear para trás um tanto quanto surpreso.
-- Olávo pare! – Regina pediu lhe segurando os ombros.
A atenção de todos foi direcionada para o topo das escadas onde estava Amanda.
Os olhos de cor âmbar cruzaram com os verdes em uma guerra que durou instantes e foi quebrado pela ruiva que jogou-lhe algo escadas abaixo.
As chaves da moto.
Amanda sabia onde o padrasto tinha deixado, e quando viu que a discussão dos dois estavam seria achou melhor pegar e acabar logo com aquilo.
Assim que jogou as chaves se retirou novamente para seu quarto.
Júlia ficou olhando ela sair sem dizer uma palavra e seu coração doeu.
Então era realmente isso, um fim.
Era assim que seria.
Pegou as chaves ao chão antes que seus olhos marejassem.
-- Traidora! – Olávo falou irritado e saiu andando dali, sabia que tinha perdido aquela discussão.
Júlia ligou para um taxi buscar suas malas, já sairia dali para evitar novos conflitos, não se sentia bem.
-- Júlia? – Regina chamou antes que ela saísse.
-- Sim?
-- Olha só você e Amanda, nós poderíamos conversar?
-- Regina, me desculpe pelo transtorno que eu causei, mas sua filha terminou comigo, não temos mais nada, não precisa se preocupar, me desculpe mais uma vez.
Saiu antes que aquele assunto surgisse novamente.
... ... ... ...
Não muito longe dali acontecia uma cena quase parecida com a que houve na mansão Lancaster.
Alberto foi avisado que sua filha já estava em casa, então cancelou todos os compromissos que ainda estavam em sua agenda e seguiu para lá.
Ela iria lhe escutar, e seria hoje.
Entrou no quarto como um furação se aproximando de Rachel que estava concentrada em seu celular.
-- Ai está você! – exclamou em um grito.
-- Oi papa... – ia dizendo quando teve sua fala interrompida por um forte som.
Um tapa.
Rachel foi atingida por um tapa forte em sua face fazendo-a ficar desnorteada por alguns instantes.
-- Mas o que...
-- Eu te liguei esses malditos dias e não tive um retorno sequer! Sabe por acaso o que sua imprudência me causou menina?! – cuspia as palavras extremamente irritado.
-- Você ta maluco?! – exclamou se levantando com um pouco de dificuldade.
-- Maluca esta você infeliz! Eu precisei abafar todas as informações sobre aquela maldita matéria que se propagou em diversos sites de fofoca envolvendo nada mais nada menos do que MEU NOME, envolvendo o MEU SOBRENOME!
Se afastou tentando conter sua raiva pois tinha ganas de esganar sua filha.
-- Você é uma garota mimada e inconseqüente que não pensa que suas atitudes insanas podem manchar meu nome! Meu cargo!
-- Você nem ao menos liga pra nada que não seja você e esse seu maldito nome e cargo! Eu nem ao menos tenho nada com aquela garota.
-- Eu não me importo com nada que venha de você garota, com o tanto que você respeite meu sobrenome! Já te avisei que não permito você de caso com nenhuma garota, eu juro que se você continuar com essas palhaçadas vou tornar sua vida um inferno!
-- Quer saber que se dane! – deu alguns passos para a porta segurando-a – Vá pro inferno você e seu nome, seu sobrenome e seu dinheiro! Eu não preciso disso.
-- É mesmo? – caminhou até ela com passos duros – E o que pretende? Recorrer a mamãezinha? Deixe só eu te lembrar que sua adorável ausente mãe é sustentada com o meu dinheiro!
-- Eu não preciso de nada que venha de você, parabéns por ser um péssimo pai e quer saber o que mais? Minha mãe pode até ser idiota o suficiente de acatar suas “recomendações” mas eu não sou assim, você não vai comandar minha vida!
-- Eu faço o que eu quiser com você – pegou em seu braço forte deixando seus dedos ali marcados – Você não é ninguém! Uma garota estúpida e ainda doente, esse problema de respiração que você tem te impossibilitando de fazer as coisas, quem em sã consciência gostaria realmente de você? Quem gostaria de verdade de alguém como você Rachel? Por que sabe melhor do que eu que você é exatamente igualzinha a mim, vingativa e ruim!
-- Eu sou tudo menos igual a você! – exclamou praticamente cuspindo as palavras e vendo um sorriso debochado sair dos lábios a causando um tremor devido a irritação que sentia.
-- Tente convencer a si mesma que não é uma copia exata minha.
-- Você é um lixo, podre como um!
Outro tapa e mais uma sensação de extremo desconforto.
-- Você não encosta mais a mão em mim! – empurrou-lhe para fora do quarto.
-- Eu faço o que eu quiser!
-- Você – apontou-lhe o dedo no peito o empurrando para trás – Não encosta mais em mim!
-- Eu faço o que eu quiser, esta na minha casa!
-- Não mais! Eu vou embora e vou esquecer que você existe!
-- Você fala tantas bobagens menina tola – debochou – Qualquer passo que você de eu vou fazer da sua vida um completo inferno!
-- Tenta a sorte papai – ironizou batendo a porta na cara dele com toda a força e trancando em seguida o ouvindo berrar e esmurra a porta.
Todas aquelas coisas, aquelas palavras rodaram sua mente a atingindo de uma forma como só seu pai sabia fazer.
Colocou as mãos no rosto apertando as sobrancelhas e olhos querendo dissipar aquela raiva, aquela sensação toda.
Controlou sua respiração não querendo ter uma nova crise.
Pegou seu celular e discou fazendo uma ligação.
-- Alô – outra voz respondeu depois do segundo toque.
-- Oi – falou com um certo desanimo sendo captado pela pessoa do outro lado
-- Você esta bem?
-- Eu... – suspirou forte fechando os olhos impedindo uma ardência – Preciso de você Manu – pediu em quase um fio de voz embargada.
-- O que aconteceu?
-- Manu eu só preciso de... de... – gaguejou deixou uma lagrima cair e a secou com brusquidão.
-- Onde você esta?
-- Eu estou na minha casa, mas já vou saindo.
-- Espera, eu vou até ai!
-- Não, não! Me encontra em uma praça próximo daqui.
-- Esta bem, estou indo agora, te encontro lá.
-- Obrigada.
Pegou uma calça jeans e uma camisa confortável vestindo o mais rápido que pode, guardou seu celular no bolso e esperou o carro que tinha chamado para levá-la até a praça.
Minutos depois estava chegando até lá onde estava praticamente vazio se não fosse por duas pessoas que estavam correndo por ali.
Manuela ainda não tinha chegado então sentou-se em um banco de concreto para aguardar.
Se perdeu em seus pensamentos, estava com um sentimento tão ruim que praticamente a engasgava.
Era como um peso em seu peito que ao invés de aliviar com o tempo só aumentava mais.
Foi pega de surpresa com mãos que tamparão seus olhos.
-- Manu! – pronunciou pegando nas mãos que ainda tampavam-lhe os olhos – Pare, eu acertei!
-- Esta bem, você acertou – sorriu dando-lhe um beijo no rosto e sentando ao seu lado – O que aconteceu?
-- Nada, eu só precisava ficar um pouco com você – falou baixo abaixando sua cabeça.
-- Por que eu acho que tem mais coisas? – levantou-lhe o rosto encarando seus olhos – Quer conversar do porque seus olhos estão em tonalidade de choro?
Rachel engoliu em seco e balançou a cabeça em sinal negativo.
-- Tudo bem, então podemos ficar apenas em silencio curtindo o momento – entrelaçou suas mãos e deu um leve aperto ficando ali naquele silencio que não dizia nada, mas ao mesmo tempo dizia tudo.
E realmente ficaram em um silencio que se prolongou por longos minutos.
Manuela observou bem os traços da garota de cabelos castanhos e ela lhe parecia tão triste.
Só não sabia o que tinha acontecido para deixá-la daquele jeito. Sabia que ela não estava a fim de conversar sobre o que tinha lhe acontecido e tinha certeza que deveria respeitar seu momento.
-- Ei – quebrou o silencio depositando um beijo rápido no rosto da garota de cabelos castanhos – Eu estou com fome, espera eu ir comprar um cachorro quente ali na tia?
-- Que tia?
-- A moça daquele quiosque – apontou indicando onde ficava.
-- Ela é sua tia?
-- Não anjo – riu da forma inocente que a outra mostrou – É só modo de falar mesmo, acho que todo mundo chama ela de tia, quando eu era pequena e vinha aqui com meu pai nós dois tínhamos esse costume.
-- Eu não chamo ela assim.
-- É por que você não é todo mundo – lhe sorriu mordendo seu maxilar – E a senhorita por acaso já consumiu algo do quiosque dela?
-- Não.
-- Então hoje vai experimentar! Ela tem o melhor cachorro quente do mundo!
-- Eu não gosto muito de cachorro quente Manu.
-- Desse eu tenho certeza que vai gostar!
-- Eu não quero não
-- Tem certeza?
-- Uhum – confirmou em um som nasal balançando a cabeça de forma positiva.
-- Esta bem então, eu vou comprar um pra mim, já volto – se levantando.
-- Eu vou junto!
-- Ta bem, então vamos – esticou-lhe a mão e teve a da outra entrelaçando seus dedos.
Rachel observou o jeito alegre como Manuela conversava com a senhora que trabalhava ali, e percebeu que ela era tão leve.
A morena pegou se cachorro quente junto de um suco de morango com açaí o qual Rachel fez uma careta assim que ela pediu, e seguiram até uma mesinha de concreto da praça.
-- Você quer?
-- Não, obrigada eu dispenso.
-- Não sabe o que ta perdendo.
-- Uma possível dor de barriga – Rachel falou com um sorriso zombeteiro.
O que fez Manuela estreitar as sobrancelhas, encarou aquilo não como ofensa, mas como um desafio.
Rachel iria provar o melhor cachorro quente do mundo!
-- Eu tenho uma proposta pra te fazer.
-- O que seria? – perguntou erguendo uma sobrancelha e apontou para o lanche – Melhor comer antes que esfrie, isso frio deve ser mais horrível do que quente.
-- Se acalme, não vai esfriar agora – riu – Bom, a proposta é o seguinte: Você experimenta meu cachorro quente e então pode me pedir qualquer coisa que quiser.
-- Hm – encaro-a com um expressão de quem adora um desafio e sorriu de lábios – Quer dizer que se eu experimentar seu cachorro quente, vou poder pedir qualquer coisa que eu quiser?
-- Sim – abriu um sorriso contente com a possibilidade da outra aceitar.
-- Tem certeza Manuela?
-- Nossa, falando assim dá até medo, mas sim, eu tenho toda certeza.
-- É bom ter medo, mas já que disse que tem certeza, desafio aceito senhorita Arisa – ergueu a mão recebendo o aperto da outra que parecia feliz.
-- Ótimo, então experimenta – ia esticando o lanche quando a outra se levantou sentando mais ao seu lado, quase grudadas.
-- Pronto, me de aqui.
Pegou o lanche e deu uma pequena mordida da qual acabou pegando só o pão sem recheio.
-- Isso não vale Rachel! Pro desafio valer tem morder de verdade, comendo tudo incluindo o recheio.
-- Ta bem chatinha!
Fez careta dando outra mordida, de verdade, mas dessa vez uma grande mordida.
Mastigou por alguns instantes e Manuela aguardava sua reação ansiosa.
-- E então? – perguntou assim que a viu engolir.
-- Nada mal.
-- Nada mal? – perguntou incrédula – Você ta de brincadeira não é?
-- Não ué, o lanche até que é bonzinho – tomou-lhe o copo de suco que estava a frente da morena bebendo sem pedir licença.
-- Folgada – resmungou um riso e decidiu deixar pra lá a opinião da outra sobre o lanche dando de ombros e mordendo com vontade seu cachorro quente.
Rachel observou a cena com um sorriso se desenhando em seu rosto, aquela garota conseguia fazer-lhe tão bem.
E era claro que tinha gostado do lanche, só não iria admitir isso.
Mas a verdade era que aquele cachorro quente era realmente muito bom, um dos melhores que já tinha comido em toda sua vida, e olha que não foram muitos.
-- Que foi? – Manu perguntou de boca cheia.
-- Come primeiro Manu – riu daquela cara levada da outra.
-- Ah – engoliu pondo a mão na boca – Desculpe, é que você estava com um sorriso bobo e eu fiquei curiosa em saber o por que.
-- Sua curiosa.
-- Uhum – confirmou em som nasal bebendo um gole do seu suco – Sou mesmo.
-- É mesmo né? – Aproximou-se mais pondo uma mecha do cabelo de Manuela que caiam no rosto – É uma curiosa linda sabia?
-- É? – engoliu em seco encarando os olhos da outra.
-- Sim – colocou a mão atrás da nuca dela e a puxou para um beijo suave que não demorou a terminar.
-- Nossa... – Manuela disse sem saber o que falar.
-- Nossa – debochou da forma que a outra falou rindo e vendo a outra ficar seria – Não fica bravinha não, coisa linda – selou seus lábios rapidamente e roubou uma mordida do lanche que Manuela ainda segurava nas mãos.
-- Eiii! – exclamou não acreditando.
-- O que foi? – perguntou dando de ombros e sorrindo de lábios – Esse cachorro quente realmente é muito bom, eu confesso – pegou de sua mão o que ainda tinha do lanche e mordeu mais uma vez.
-- Não acredito.
-- Quer? – continuou sorrindo.
-- É lógico que eu quero, é meu!
-- Hmm então o que você acha de dividir comigo meu bem? – tomando outro gole de suco
-- Eu já falei que você é folgada meu bem?
-- Já – riu e tomou um gole de suco – esse suco ate que é gostosinho também.
Manuela riu e empurrou-a com o ombro de leve em uma leve brincadeira.
No final Rachel acabou comendo praticamente todo seu cachorro quente o que a fez ir pedir outro e assim que sentou Rachel mordeu novamente seu lanche.
-- Por que você não pede um pra você senhorita “eu não vou comer isso”?
-- Credo, você é muito mesquinha com comida Manu.
-- É lógico, é comida!
-- Ta, pede mais um então que eu vou continuar comendo os seus porque é mais gostoso.
-- Mesmo que eu peça um pra você vai comer o meu então?
-- Sim, só pra você deixar de ser estressadinha.
-- Você me tira do serio, tem sorte de eu gostar de você sabia?
-- É eu sei – respondeu em tom baixo mudando logo sua fisionomia deixando Manuela perceber.
-- Ei, eu estou brincando.
-- Tudo bem Manu, acho melhor eu ir pra casa.
-- Não! – pegou em sua mão a impedindo de se afastar – Me desculpa a brincadeira, você pode comer meu lanche, vem cá me ajuda a comer assim eu não engordo sozinha.
-- Não quero mais não – sorriu de lábios, mas era um sorriso triste, forçado.
-- Não faz assim linda – acariciou seu cabelo e se aproximou beijando seu pescoço – Olha eu estava pensando já que estamos aqui poderíamos fazer algo diferente.
-- Diferente? Diferente como?
-- Sim, alguma coisa legal.
-- E o que esta pensando?
-- Eu estou pensando em te levar pra um lugar mais reservado, e um tanto quanto escuro e bem confortável – sorriu com a cara que a outra fazia.
-- É isso mesmo que esta me propondo senhorita Arisa? – levantou uma sobrancelha com um sorriso safado.
-- Sim o que acha?
-- Eu achei ótimo! Vamos então!
-- Não, só depois que você me ajudar a comer esse cachorro quente!
-- Ai ta, me da logo – mordeu mais do que cabia em sua boca.
-- Devagar Rachel! O cinema não vai sair do lugar!
-- O que?! – Exclamou de boca cheia e engasgando.
-- Ei respira! – pediu batendo em suas costas enquanto ela engolia e tossia.
-- Onde... – mais tosse então bebeu quase todo o suco – Onde disse que vamos?
-- No cinema oras, onde mais pensou que seria? – riu debochada com a cara da outra de quem não estava acreditando.
-- Você disse reservado, escuro e bem confortável e eu pensei que seria...
-- Que seria?
-- É... nada, esquece, eu...
-- Como sua mente é suja Lennis – riu com gosto da expressão emburrada da outra – Para vai, desmancha essa carinha, vai ser legal.
-- Ah sim, bem legal – ironizou.
-- Me da essa chance, se não for legal podemos fazer o que você quiser, afinal você ainda tem seu pedido por ter experimentado o cachorro quente.
-- Ta bem – concordou deixando nascer um sorrindo.
Manuela era tão incrível e aquele momento todo estava aquecendo seu coração.
-- Então me ajuda a comer pra gente ir logo e não perder a próxima sessão.
-- Manuela?
-- Sim?
-- Você é muito mandona as vezes sabia?
-- Minha irmã vive dizendo isso – gargalhou e viu a outra balançar a cabeça em negativo comendo seu lanche.
... ... ... ... ...
Um tempo depois estavam lá indo para o cinema, andando pelo shopping de mãos dadas sem nem perceber o que aquilo demonstrava.
Para as duas aquele contato era tão necessário, tão normal, que nem pensavam no que realmente podia significar aquele pequeno gesto de intimidade.
Pararam na frente da bilheteria e Rachel viu a indecisão que Manuela estava ao escolher um filme.
-- Quer ajuda?
-- Estava só esperando você oferecer – Manuela deu aquele sorriso, que fazia imediatamente o seu sorriso também surgir.
Não resistiu e aproximou-se beijando-lhe os lábios.
-- Rachel olha o tanto de pessoas – Manu comentou baixo ao terminar o beijo.
-- Se importa?
-- Não, mas...
-- Eu também não me importo então – a puxou pela cintura e novamente uniu suas bocas.
Um beijo tão calmo que fazia o coração de Manuela brincar de corrida dentro do peito.
Estar com Rachel era tão diferente, tão leve e gostoso que se pudesse escolheria estar sempre assim, com aquela sensação dentro do peito.
-- Agora por que não assistimos um filme de terror? – Rachel sugeriu assim que separaram seus lábios.
-- Pode ser, mas me promete que não vai ter pesadelos de noite? – brincou arrancando-lhe uma gargalhada.
-- Prometo não fazer xixi na cama por estar com medo!
-- Muito bem – riu – então vamos!
-- Vamos.
Compraram os ingressos e seguiram para seus lugares.
Manuela dizendo como amava filmes de terror e a outra concordando e achando graça daquele jeito que Manu demonstrava destemido, até o filme começar e realmente ser assustador, arrancando leves reações de Rachel e mais exageradas de Manuela que insistia em levar as mãos até os olhos não querendo ver as cenas que pareciam fortes.
Isso divertia Rachel de tal forma que ela mais riu do que se assustou, no fim quase não prestou atenção no filme. Sua atenção maior estava em Manuela e em suas feições.
Assim que o filme acabou as duas se retiraram para a praça de alimentação o que arrancou mais risadas de Rachel.
-- Escuta, você não engorda de ruindade não é mesmo? Eu nunca vi um ser humano com tanta fome!
-- Outra pra ficar me regulando – riu revirando os olhos – Eu não tenho culpa de ter uma boa genética.
-- Sei, senhorita Magali.
-- Ah não, para!
Conversaram coisas leves entre risadas até que uma garota de olhos levemente puxados se aproximou as interrompendo.
-- Rachel!
-- Anh... Ally! – se levantou recebendo o abraço apertado que a outra lhe deu.
-- Como está a vida?
-- Indo, e a sua dona estrangeira? – brincou arrancando um riso aberto da outra.
-- Esta bem.
-- Que ótimo, deixa eu te apresentar – sentou-se pegando na mão de Manuela que estava calada – Esta é Manuela.
-- Ah, eu acho que já a vi na escola.
-- Sim, estudava conosco.
-- Me recordo vagamente. Oi Manuela.
-- Olá Ally.
-- Bom eu não posso me demorar meninas, só estava passando e te vi, não pude deixar de te cumprimentar.
-- Apareça mais vezes Ally.
-- Com certeza gatinha, ah deixa eu perguntar, esta namorando?
-- Eu han... – fez uma expressão surpresa querendo buscar a palavra certa.
Manuela ergueu as sobrancelhas aguardando a resposta de Rachel assim como Ally aguardava, e aqueles olhares a fizeram ficar ainda mais sem jeito.
-- Ainda não Ally – disse por fim e acabou sendo mal interpretada pela outra.
-- Ótimo – se aproximou beijando-lhe metade de sua boca a pegando de surpresa e fazendo-a se afastar um pouco – até mais!
-- Que atirada sua amiga – Manuela resmungou com cara de poucos amigos.
-- Acho que ela entendeu errado
-- O que?
-- Pensou que eu não tivesse alguém.
-- E você tem?
-- Eu não tenho? – devolveu levantando as sobrancelhas.
-- Não que eu sabia e eu acho que já deu minha hora – se levantou pegando sua bandeja e sendo segurada pelo braço.
-- Manu para, olha eu to aqui com você e foi tão divertido o nosso fim de tarde, não vamos estragar isso, por favor.
-- Rachel...
-- Olha, você me disse que eu tenho um pedido certo?
-- Sim.
-- Então eu posso fazer?
-- Ta – suspirou fundo – Faça.
-- Passa essa noite comigo?
-- A noite? Tipo a noite toda você quer dizer?
-- Sim, dorme comigo Manu.
-- Rachel eu não vou trans*r com você, acha que é assim que se resolvem os problemas?
-- Meu bem, eu não disse que íamos trans*r, não é isso, serio...
-- Ah não?
-- Não, eu só queria finalizar essa noite com você porque... porque você me faz bem Manu.
E aquilo a pegou desprevenida.
Rachel sabia ser tão convincente quando queria.
Ela sabia ser tão fofa que a pegava tão de surpresa.
-- Confia em mim Manu, a gente não precisa só trans*r sabia? Esse dia foi tão legal ao seu lado, eu só queria ter essa paz que você me trás enquanto eu durmo, mas se não quiser tudo bem.
-- É o seu pedido, e eu aceito.
-- Serio?
-- Sim – sorriu de lábios.
-- Legal! – Exclamou levantando rápido e sentindo uma pontada – Ai ai!
-- Vai devagar, você ainda não ta legal.
-- Eu to bem, a gente pode ir? A gente pede comida depois se você sentir fome. – pediu com receio da outra mudar de idéia.
-- Acho bom realmente me alimentar – brincou estreitando as sobrancelhas.
-- Ótimo, não deixarei o monstrinho com fome – sorriu e teve outro sorriso e um empurrãozinho.
Começaram a caminhar para saída do shopping.
-- Manu? – Rachel chamou parando em um ponto de taxi.
-- Sim
-- A gente pode ir pra um hotel?
-- Um hotel Rachel? – indagou de sobrancelhas levantadas.
-- É só um hotel eu juro que não estou com segundas intenções – se adiantou dizendo – É só que... lá em casa tem meu pai e é tão... bom você não vai gostar de conhecê-lo e eu vou sentir vergonha que você conheça ele porque ele é tão...
-- Ta tudo bem – tocou seu braço tentando acalmá-la – Vamos para um hotel.
Fim do capítulo
Olá meninas, eu li todas nos comentarios, e vou começar a responder cada uma aos poucos ta bem? é que como estou pelo dados moveis isso se torta um tanto complicado, mas responderei todas devagar, e digo que fiquei tão feliz de ver minhas leitoras interagindo que vcs são um amor!
Ah e tem uma colega nossa que esta sempre por aqui, que esta com uma nova historia a JeeOliveira, (ou seria JeeOli? bom não lembro, perdoem a loira aqui haha) Bom como nós gostamos do site sempre com boas historias vale apena conferir o que acham? Eu sempre acho legal ter novas historias e novas autoras, mas pra isso as vezes precisamos do apoio de vcs (o de todas nós que lemos na verdade haha)
E agora um momento pra vcs haha... quando será que sai um novo cap agora ein? haha...
Gente uma pergunta! O que vcs gostariam de ver mais na historia? Tipo momentos calmos, pancadaria, personagens ou o que? haha
Agora chega que ja fiz um texto aqui, mas sabe como que é né saudade de falar com vcs haha beijos e mordidas pra vcs gurias! :B
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usuariojafoi
Em: 04/08/2017
To aqui aparecendo de novo, kkkkkkkkkkk
Cara, não sei nem por onde começar! To aqui com mil coisas para falara, mas nada a dizer!
Vamos lá,
Primeiro: to amando esse casal Rachel e Manu, serio, é um amor mesmo. Eu acredito e quero mais uns cm de crescimento da Rachel nessa vida dela. Eu acho que ela ta muito refém ao pai, sabemos que ele é um louco como qualquer um politico de nosso país. Quero vê-la tomando uma decisão na vida, sendo mais firme no que quer, quero ver ela e a manu juntas, e claro que eu sei que a Manu não vai deixar de ama-la só por causa de uma coisa boba como a asma... Se o pai dela não tem condições de amar às pessoas por serem diferentes, digo o mesmo que nossa leitora a baixo Ada M Melo (gostaria que o pai da Rachel fosse para a cidade dos pés juntos) kkkkkkkkkkk, ohhh seu eu gostaria.
Amei esse momento das duas de descontração, gostei de ver a Manu com um certo ciúmes, mas quero gostar de ver esse relacionamento indo a frente ne!? Kkkkkkkkkk quero muito ver.
Vou me intrometer um pouco em sua historia (quer dizer “novamente”) – Rachel poderia começar a trabalhar e estudar, sair da casa do pai. Eu quero a ver enfrentando ele e mostrando pra ele que ela não é um de seus empregados e nem muito menos uma marionete para ele ta querendo manipula-la. Queria ver a mãe dela sendo firme nessa decisão, e se não for incomodo, queria ver a mãe dela presente nessa decisão e apoiar a filha, e enfrentar o marido também.
Por enquanto o que quero da Manu é que ela apoie a Rachel e não largue a mão dela pra nada. E que mostre ao pai da mesma que asma não é doença e apenas uma “condição”, e o caráter da filha dele não muda por conta disso e nem o coração dela.
AGORA, falando de meu casal (Julia e Amanda), adorei que você fez a Ju sair de casa, to amando. Mas acho que seria interessante que futuramente quando a Ju for visitar a avó dela (pois é a única pessoa que ela gosta atualmente na casa), que ela mostre a Amanda que superou o que aconteceu e que já ta pronta pra outra, pois quem fez a merda? Emmm? Kkkkkk, isso mesmo! Sabemos.
Eu imaginei uma cena, não sei porque imaginei essa cena, mas tudo bem!
Importa-se de eu narrar pra você? , tudo bem, vou narrar mesmo assim.
>> Julia foi visitar a avó na mansão, já era quase perto do almoço, Amanda não tinha decido do quarto e sua ex ainda permanecia na casa e as duas conversavam como se fosse ainda melhores “amigas/namoradas”, Julia já não se importava mais com a dor que sentiu, só queria esquecer e seguir a vida. Depois de um tempo seu pai e madrasta chegam à mansão para o almoço, eles conversam pouco e Julia diz que vai embora, mas... olhe bem, mas... Regina pede para que a menina fique para o almoço, ela ate tenta recusar, mas sua avó também insiste e ela acaba cedendo. Estavam sentados na mesa e Amanda se junta a eles. Ela ve o quanto Julia ta bem e sorridente, ate ta conversando melhor com o pai, ve que ela também conversa bastante com a “ex”. Rola troca de olhares entre elas, mas Julia ainda a ama muito. O telefone de Julia toca e ela não atende, a pessoa insiste e ela desliga o telefone em silencio. Mas a mesma pessoa liga para o numero da casa, uma das empregadas atende e vai ate a mesa e fala “Maria(ou sei la quem) esta querendo falar com a senhorita, ela quer saber se já esta com a mala arrumada para a viagem?” olha pra Ju. Todos na mesa param e olham pra ela. Amanda que não falava nada só disse “Quem é Maria(ou sei lá o nome)”. E sua avó “Que viagem?”. Julia ignora totalmente a pergunta de Amanda e responde sua avó. E Regina viu sua filha abalada, e acaba perguntando quem é a moça, ela acaba respondendo “é a menina com quem to morando”. Seu pai tenta falar algo, mas sua avó impede. Ela se despede de todos e no fim da um “tchau Amanda” e vai embora. Deixando Amanda irritada e a mesma sai da mesa no mesmo instante soltando fogo pelas ventas<<<
Imaginei algo do tipo isso ai kkkkkkkkkk. Desculpa-me pela intromissão. Já ta muito grande esse comentário, mas quero finalizar. Eu acho... acho não, acredito que tem gente que era pra ta morto, mas ta vivo. E eu espero ansiosamente que ele esteja vivo, assim a Ju tem com quem contar e voltar a acreditar no amor e nas pessoas.
Beijao e desculpa por esse comentário imenso, to amando demais essa historia, e já deu pra perceber o quanto me envolvo ne?! Kkkkkkkk
E pelo amor de meu todo poderoso Deus, continuaaaaa.
Resposta do autor:
Genteeee antes de tudo eu preciso dizer que eu AMEI seu comentario haha amei mesmo!
E amei sua narração! Serio! kkk quem sabe a gente nao veja algo assim? haha adorei!
Rachel e Manu parecem ter conquistado o coração de praticamente todas haha quem diria ein? muitas nao gostavam da Rachel, mas é como eu digo, nem tudo que reluz é ouro, assim como nem toda escuridão é treva haha.
E Rachel é bem atingida realmente pelo pai, porem ela se mostra bem decidida em suas escolhas, agora basta saber se o Alberto vai se conformar com isso e deixar a filha viver em paz... seraaa??? haha
E eu acho taaao amor quando vejo que ainda tem gente que gosta do casal Amanda e Julia haha acho muito legal! E eu amei a narração e a cena, E nao eu nao me importo que narre haha
E eu adorei essa "intromissão" haha que seja sempre bem vinda coisas assim pq eu adorooo haushaus serio haha eu ri eu gostei haushaus
E sera gente?? da onde tiram isso? haha é o clipe do Michael Jackson Thriller? haushaus
E eu nao tenho o que desculpar, só o que agradecer pq eu amei!
Volte mais vezes por favor haha
E eu continuo kkkk beijo "usuariajafoi" haushaus ve se volta haha ate o proximo capítulo meu bem <3
:)
Heloisa sereia
Em: 01/08/2017
Minha dica é que a Rachel queira se afastar da Manu devido ao problemas com pai, por se achar "doente" por causa da asma, mas que a Manu não aceite e que dê todo apoio a Rachel. Gostei da Manu com ciúmes kkkkkkkkk. Rachel merece apoio, esse pai dela é um maldito nojento.
Resposta do autor:
Eu super gostei da sugestão! Mas sera que a Manu nao vai tacar o "fod*-se" se a Rachel quiser complicar a relação delas??? haha
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Ada M Melo
Em: 31/07/2017
bom eu gostaria que o pai da Rachel fosse para a cidade dos pés juntos, até porque ele não vai fazer muita falta....kkkkkk depois eu quero a Amando muito doente de amor para quebrar a castanha do sr Olavo e dona Regina e por ultimo que a Rebecca mas humilde... E mais capitulos do Clã...
abraço!!!
Resposta do autor:
É muito capaz de alguns desejos da senhorita se realizarem ein haha
Agora a pergunta que nao quer calar é: Quais? hahahaha (risada má) haushaus
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Fernandaaa
Em: 31/07/2017
Ow Bi, já estava com medo de vv ter sumido. Que otimo que eu estava errada! Rachel e Manu, melhor casal!!!! Segue tudo normal... hahahah. Beijos linda
Resposta do autor:
Sumi não bebê, eu só faço isso quando tem algum motivo bem grande, me desculpe o susto haha
Que bom que vc ta gostando <3
Bjo Fer (Fer to íntima u.u haushaus zoera, pode chamar assim? aiii preguiça de escrever td haha)
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Tazinha
Em: 31/07/2017
Esse hotel promete ....
Não só por a chance de ter algo a mais entre elas, estamos com saudades de mais uma vez ter um momento delas...
Mas também pelo fato delas conversarem, Rachel sofre com esse nojento do pai dela, e Manu ainda na defensiva em relação a se abrir sobre os sentimentos, torcendo pro proximo cap ser a continuação no hotel....
Resposta do autor:
Eu espero realmente que tenha gostado Tazinha, fiz pra vcs haha <3
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MAYA
Em: 31/07/2017
Rachel teve que aguentar a prima da Julia dando em cima da Manu por um bom tempo, e pior, ainda viu elas se beijando. Nada mais justo a Manu sofrer um pouquinho com essa tal de Ally ne? Claro que não queremos que a Rachel fique com ela, mas a Manu com ciúmes é otimo. Quando vc volta? Bjs
Resposta do autor:
Olhaaaa que vingativa Maya kkkkk
Vcs adoram ver o ciumes ne? haushaus to percebendo isso haha
Eu ja voltei, ce viu o capitulo novo? *-*
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vivi19
Em: 30/07/2017
Que estúpido esse pai da Rachel, quanta coisa ela ja suportou nessa casa, não é atoa que ela ama a babá dela, que realmente tem amor por ela. Espero que ela conte o que está acontecendo pra Manu, é mais um apoio pra ela. Amei a Manu com ciúmes da garota, ela não admite que quer namorar a Rachel. Beijos, bom fds
Resposta do autor:
A babá é o suporte dela, a família que ela conhece se resume a essa senhora Rosa.
Sera que a Rachel consegue se abrir com a Manu?
Espero que goste do novo cap *-*
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Ana Luisa
Em: 30/07/2017
Minha sugestão são as dr, as barriguinhas, ciúmes pq a gente sempre gosta kkkkk. Agora com a Aly na jogada Manu vai se declarar, quem sabe não peça logo Rachel em namoro.
Resposta do autor:
opaaa seraaa???
Gente essa é das minhas! adora as brigas haushaus gostei kkkkk
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Karen
Em: 30/07/2017
Oi, bom dia!
Ai q não me aguento de ansiedade pelo desfecho de td isso, cada cap, ... tô aqui roendo as unhas, rsrs!
Amo esse romance, esse enredo rico por demais, cada cap melhor q o outro, sinal q vamos ter mto o que ler, QUE DELÍÍÍCIA!!!
Bjs menina, bom domingo!!!
Resposta do autor:
Eu pensei em encurtar a historia pra vcs, mas agora que vcs disseram que querem mais e ela inteirinha eu nao sei haushaus e eu fico muito feliz em saber que vcs tao gostando, é importante <3
Volte mais vezes Karen haha bjao, boa semana *-*
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Mille
Em: 30/07/2017
Olá Bia
Parece que a Raquel e a Júlia tem algumas coisas em comum e que pai estúpido não viu que a filha esrava machucada e meteu dois tapão nela.
Manu e Raquel teve uma tarde ótima e um final de dia tranquilo.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
O Alberto so encherga a si mesmo, talvez agora vcs entendam um pouco a personalidade da Rachel e seus atos no começo.
Mille nao someee :(
bjo bb ate o proximo
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Drybet
Em: 30/07/2017
Oiêêê... Boa noite enfin resolvi sair da moita e comentar, to amando essa historia fã da Julia, so acho que a Amanda deveria tomar injeção de coragem e lutar pelo amor delas afinal a bixinha merece um pouco de felicidade a pobre sofre mais que suvaco de alejado!!! Bjs ver se nao some...
Resposta do autor:
Drybet nao sabe como eu fico feliz quando saem da moita! volte mais vezes, eu gostei de vc por aqui haha
Fico feliz que segue gostando da historia *-*
E a definição de suvaco de aleijado foi otimo kkkk ri muito haushaus
Agora sera que a Amanda vai lutar pela Julia e reparar que esta sendo egoista?
Sumo nao, mas volte mais vezes <3
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Isabela
Em: 29/07/2017
Enquanto tiver Manu e Rachel eu to amando, sempre deixando a gente com gostinho de quero maois... e esse hotel hein? Impossivel Manu resistir!
Resposta do autor:
Eu espero que tenha gostado do cap q fiz pra vcs haha
Logo logo tem mais delas :)
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