CapÃtulo 67 -- O Destino das Meninas
Última Noite de Amor -- Capítulo 67
Alexandra entrou no quarto e se surpreendeu ao ver Isabel sensualizando lindamente sentada na cama.
-- Uau! O que é isso paixão? -- Alexandra falou deslumbrada.
Isabel vestia apenas uma lingerie intensamente sexy. Era vermelha com detalhes em renda instigam. A calcinha quase transparente e o sutiã com bojo abria na frente.
-- Como você está linda, meu mel! -- Alexandra mordeu os lábios.
Isabel caminhou sensualmente na direção dela e parou em sua frente. Alexandra a abraçou pela cintura e a puxou para si.
-- Enfim sós -- Isabel olhou-a com malícia e passou a mão por sua nuca provocando-a.
Alexandra distribuiu beijinhos pelo pescoço e colo até chegar ao busto. Deslizou a mão da cintura para o bumbum apertando-o.
-- Nananinanão! -- Isabel sorriu -- Deixa de ser apressadinha Xan Xan -- retirou a mão dela de sua cintura.
-- Como assim Isa? Não estou entendendo -- falou confusa -- Você não quer?
-- Quero sim. Mas hoje quero diferente -- sentou na cama e cruzou as pernas -- Hoje quem faz o strip é você.
-- Euuuu...??? -- caiu na gargalhada -- Você já viu o Tony Tornado dançando? Pois é... Imagina ele dançando e tirando a roupa -- voltou a gargalhar -- Não queira estragar algo tão maravilhoso que é você fazendo strip-tease, por uma cena tão broxante que é eu convulsionando.
-- Se prefere assim, então vou trocar de roupa e vamos dormir -- se deitou na cama e fez uma pose sensual mostrando as belas pernas.
-- Tem certeza que quer isso Isa? -- falou quase babando.
-- Tenho. E sem brincadeiras. Quero um desempenho próximo ao profissional. Se não... já sabe né. Sem prêmio -- disse sedutora.
Alexandra pegou um lençol e jogou sobre o espelho.
-- O que está fazendo Xanda?
-- Vou cobrir todos os espelhos. Se eu me ver fazendo isso, vou ficar traumatizada para o resto da vida.
Isabel pegou um chapéu de cima da cômoda e jogou para ela.
-- No final quero te ver só de chapéu.
-- Ao menos já sei qual música colocar.
-- Qual música?
Alexandra cantou:
O cowboy vai te pegar. O cowboy vai te pegar.
Quando a noite chegar. Você vai curtir demais
Porque eu vou te mostrar o jeito que o cowboy faz.
Isabel ameaçou se levantar.
-- Você já está de brincadeira Xanda -- falou brava.
-- Tá bom, tá bom.
Isabel deitou novamente.
-- É que eu não sei o que fazer paixão. Nunca fiz strip-tease antes.
-- Relaxa amor. Eu vou colocar uma música bem sexy para você -- Isabel colocou para tocar: Ain't No Other Man com Christina Aguilera -- Pronto. Agora é só se deixar levar pela música.
Alexandra permaneceu imóvel.
-- Vai amor, me mostre tudo o que sabe fazer.
-- Resumindo: Nada.
-- Xanda!
Alexandra revirou os olhos.
-- Tá certo.
Começou a dançar, no início meio que sem jeito, mas logo se soltou dançando agilmente e sensualmente sem tirar os olhos de Isabel.
Levantou a camiseta acompanhando o ritmo da música, revelando seu abdômen sarado. Depois de algum tempo retirou-a por completo e jogou para Isabel aparar no ar.
Continuou dançando passando a mão pelo próprio corpo e olhava com aquela cara de safada que Isabel adorava. Mordia os lábios e assoprava beijos para ela.
Isabel se segurava para não rir. Tinha vontade de se levantar da cama, ir até lá e agarrá-la. Porque, nossa, como ela é linda e gostosa. Pensava.
Alexandra continuava com o seu show. Girou sobre os pés calmamente e retirou a calça jeans. Agora só restava a pequena calcinha branca.
Seu corpo era perfeito. Incomparável.
Isabel não resistiu se levantou e foi até ela dançando e se esfregando naquele corpo que era a sua perdição e ao mesmo tempo seu porto seguro.
-- Ainda falta a calcinha -- Alexandra falou achando graça da impaciência dela.
-- Essa peça eu tiro com a boca -- passou os braços ao redor do pescoço dela e a puxou para um beijo extremamente quente e intenso. Colaram seus corpos como se fosse um só.
Elas andaram até a cama tropeçando em tudo, porque suas bocas não conseguiam se afastar uma da outra.
Alexandra deitou Isabel na cama delicadamente e foi subindo em cima dela enquanto beijava seu corpo.
Começou pela barriga e passou os beijos para seus seios. Fazendo Isabel ficar extremamente excitada.
-- "Se as estrelas fossem tão lindas quanto você, eu passaria noites em claro olhando para o céu." -- Alexandra disse olhando diretamente nos olhos de Isabel.
Isabel a beijou e deu uma leve mordida nos lábios dela após o beijo e ela sorriu. Quando Alexandra segurou a sua mão e levou aos lábios, ela estremeceu involuntariamente. Alexandra era de uma gentileza e delicadeza que a encantava cada vez mais.
-- Linda por fora e apaixonante por dentro, você é a melhor das namoradas. Sou louca por você, meu amor!
Alexandra depositou beijos demorados em seu pescoço, depois lhe beijou os seios rijos de excitação, enquanto lhe acariciava o corpo com mais ardor, fazendo seus corpos ansiosos se colar ainda mais.
Isabel enroscou uma de suas mãos nos cabelos loiros platinados da empresária, puxando-a delicadamente para mais perto. Seu nome saiu dos lábios de Alexandra em um gemid* desesperado, suas mãos estavam em seus quadris, e a boca, em sua pele. Um emaranhado de braços, pernas, línguas e cabelos. Estava sem fôlego. Alexandra percebeu e sorriu. Os olhos dela eram calorosos.
Não se aguentando, voltou a beijar sua boca. As línguas iam e vinham, brincando em uma dança sensual.
Isabel soltava palavras desconexas, gem*ndo.
Alexandra começou a beijar seu abdômen, foi descendo até a altura da calcinha. Colocou um dedo na intimidade dela ainda coberta pela calcinha e ficou fazendo movimentos. Enquanto Isabel gemia, Alexandra retirava a calcinha. Enfiou um dedo nela, depois dois fazendo movimentos de vai e vem.
-- Aaaah! -- Sua voz saiu alta, e ela apertou os lábios, fora de si.
Alexandra lambeu impiedosamente um dos lados de seu clit*ris. Quando tirou a língua, voltou a enfi*r o dedo para dentro e para fora de sua v*gin*, batendo contra seus grandes lábios internos. Outra lambida só na extremidade, outro dedo deslizando, outro dedo por seus tecidos inchados.
Isabel pensou que morreria de excitação.
Quando Alexandra a penet*ou e manteve o dedo imóvel dentro dela. Isabel soltou um gemid* alto. Ela revirou os olhos de tanto prazer.
-- Continua Xanda -- disse ela ofegante.
Alexandra se debruçou adiante, seus lábios tocaram novamente o seu clit*ris. E desta vez ela ch*pou suavemente e enfiou dois dedos dentro dela.
Seus dedos e língua brincavam juntos. Cada toque aumentava as sensações que repercutiam por todo o corpo. Ela se contraiu e então explodiu.
-- Meu amor -- Isabel retirou o cabelo de Alexandra do rosto com carinho e trocou de posição com ela, ficando agora por cima -- Vamos juntas ao paraíso.
Sua boca desceu nela, apertando seu clit*ris entre seus lábios firmes, sua língua girando em cima, até quando ela empurrou dois dedos dentro dela. Ela ansiava dar-lhe o mesmo prazer que ela acabara de lhe dar.
Alexandra sentiu a ponta da língua de Isabel em seu clit*ris e seu corpo tremeu, foi inevitável começar a gem*r.
Elas se tocavam, trocavam carícias, cobriam-se com beijos molhados e apaixonados explorando seus corpos com carinho, ternura.
Com o corpo completamente entorpecido de prazer, Alexandra puxou-a para seu corpo quente e molhado até que seus lábios voltassem a se encontrar. Ambas gem*ram e chegaram ao clímax juntas.
Isabel caiu sobre a cama exausta e Alexandra descansou sua cabeça entre os belos seios da namorada. Ficaram ali, enlaçadas, por momentos, curtindo-se.
-- Isa.
-- Hum?
-- Eu danço mal né?
-- Claro que não, vida -- Isabel aninhou-se. Alexandra colocou um braço sob seu pescoço de modo que a cabeça dela descansasse sobre seu ombro -- Você me surpreendeu.
-- Fala sério, paixão. Parecia uma minhoca eletrocutada.
-- Ai amor. Sua performance foi ótima -- sentiu um tremor e encolheu-se.
-- Está com frio? -- envolveu-a com seus braços e deu-lhe um abraço apertado.
-- Estou -- respondeu ela.
Alexandra puxou a coberta e a cobriu.
-- Confesso que Ain't No Other Man com Christina Aguilera não é o meu forte. Sou dona de boate, estou acostumada com outro tipo de dança. Quer ver?
Pulou da cama pelada e começou a dançar.
-- Paredão zangado. Grave tá batendo. Médio tá no talo. Corneta tá doendo. Pega a metralhadora.
Trá, trá, trá, trá, trá. As que comandam vão no trá, trá, trá, trá, trá,
As que comandam vão no trá, trá, trá, trá.
E acelera aê trátrátrátrátrátrá
As que comandam vão no trá, trá, trá, trá, trá
-- Que horror Xanda -- Isabel cobriu a cabeça.
-- É né -- concordou -- Que tal essa então: Dança da motinha Dança da motinha Dança da motinha. As popozuda perde a linha.
-- Xanda vem dormir. Não me faça perder esse soninho gostoso que dá depois que a gente faz amor -- virou-se para o lado escondendo o sorriso que tinha nos lábios -- Deita aqui comigo, vem. Você vai congelar aí sem roupa.
-- Você tem razão. Brrr! Que frio! -- levantou o cobertor e deitou de conchinha com ela -- Amor.
-- Hum?
-- Promete que não vai contar para ninguém que eu fiz strip?
-- Pro... me...to -- respondeu quase dormindo.
-- Obrigada amor! Sinto-me bem melhor agora. Boa noite! -- deu um beijo na cabeça dela, fechou os olhos e dormiu.
Pela manhã.
-- Onde está a poderosa? -- André passou manteiga no pãozinho e enfiou na boca -- Passei aqui para irmos juntos à boate.
-- A Xanda está tomando banho. Já deve estar quase pronta -- Isabel colocou duas xícaras na mesa e sentou-se de frente para ele -- Mas ela não vai para a boate.
-- Porque não?
-- Nós temos um assunto muito importante para tratar agora pela manhã.
-- Hum! Que sem graça. Posso ir junto?
-- Sei lá. Pergunte para ela.
André olhou sério para ela.
-- Isso em você é uma tatuagem ou um hematoma?
-- Aonde?
-- No seu pescoço -- falou lambendo os dedos.
Isabel passou a mão pelo pescoço fazendo-se de desentendida.
-- Sério? Essa Alexandra...
-- A amante deixa sem querer um arranhão no pescoço do cara, quando ele chega em casa no escuro, pisa de propósito no rab* do gato, o gato faz miau e ele sai correndo. A mulher acorda e grita: O que foi homem? E ele responde: Esse gato me deu uma arranhada no pescoço. E a mulher responde: Ele hoje tá virado no satanás, olha o ch*pão que deixou no meu!!! Kkkk... Acabou dançando... Kkkk...
-- ISABEL! -- Alexandra berrou da porta.
Isabel e André olharam assustados em sua direção.
-- Você tinha que contar justo para essa bicha fofoqueira que eu fiz um strip para você? Você prometeu e eu acreditei. Não dá para acreditar em mulher mesmo. Desde criança as mulheres mentem para mim. Minha mãe vivia dizendo: "Na volta à gente compra" e nunca voltou para comprar. Eu não aprendo mesmo. Agora essa Maria do bairro da Penha, vai espalhar pra todo mundo. Viu o que você fez?
Silêncio.
-- Terminou? -- Isabel perguntou enchendo duas xícaras com café -- Agora senta para tomar café que nós vamos sair.
-- Você fez um strip para a Isa? -- André deu uma gargalhada alta -- Deve ter sido mais engraçado que a votação do impeachment.
-- André. Por que você não vai morrer um pouco?
-- Você não era 99% anjo? -- André falou rindo.
-- 99% anjo e o outro 1% minha mão no teu nariz.
-- Chega Xanda. Eu não falei nada. Você que tirou as suas próprias conclusões -- tomou um largo gole do café e se levantou -- Não vou ficar aqui ouvindo você choramingar. Pra mulher infantil a gente dá Mucilon e não moral. Vou terminar de me arrumar. Já volto -- falou e saiu.
Alexandra acenou com a cabeça humildemente e levantou a caneca de café para bebericar e esconder seu rosto.
-- Hiiii... Deixou dominar, agora aguenta.
-- Estrague o meu dia que eu estrago sua vida inteira.
-- Credo, poderosa. Que mau humor. Só por causa de um strip mal sucedido.
-- Fique sabendo que foi praticamente uma megaprodução musical. Tipo o filme... Dançando no Quarto.
-- Na Chuva.
-- Foi o que eu disse...
-- Então tá. Não se preocupe poderosa, eu não vou contar para as meninas, para o pessoal da boate, para o tiozinho da barraquinha de pamonha... Que você dançou pelada para a Isa. Afinal de contas você é a minha chefe, a pessoa que me leva junto em todos os seus compromissos.
-- Como você é dissimulado.
André enfiou um pãozinho de queijo na boca.
-- Bom diaaaa... -- Edna entrou na cozinha e foi direto para a pia.
-- Hummm... A escrava vó, tá feliz hoje -- André provocou.
-- Se você tem alguma coisa estúpida para dizer, por favor, levante sua mão... E a coloque firmemente sobre sua boca!
-- E respondona, também.
-- Edna, você conhece a mulher da Bruninha. Não é mesmo?
-- Conheço lá do Centro.
-- O que você acha dela?
-- Como pessoa, nada contra -- Edna respondeu recolhendo as xicaras da mesa.
-- E como dinossauro, o que acha dela? -- Alexandra falou sem paciência.
A mulher encostou-se ao balcão e ficou olhando para a patroa.
-- Acho que, se você tivesse uma mulher com o gênio dela, levaria uma surra todo dia.
-- Não fale assim. A poderosa dançarina nunca apanhará de mulher. Aonde nós vamos chefinha?
-- Porque dançarina? -- Edna olhou para André com curiosidade.
-- André vá procurar a chave do carro.
-- Lembra-se de onde deixou?
-- Se eu lembrasse onde deixei a chave, ela não estaria perdida.
-- Meu Deus, Alexandra. Hoje você está demais, minha filha. Tenta se acalmar desse jeito seu coração não aguenta.
-- Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão, cala a boca sua chata, não pedi sua opinião.
-- Xanda, vamos amor?
-- Vamos vida -- Alexandra segurou a mão de Isabel e saíram.
Edna olhou pra ela e balanço a cabeça discretamente em negativa.
-- Como é bipolar -- resmungou.
Mais tarde.
-- Por que os peidos têm cheiro, André?
-- Não sei poderosa.
-- Para que os surdos também possam apreciá-lo.
Alexandra estacionou o carro na frente de uma enorme casa de tijolos de dois andares no bairro do Flamengo. Os três saíram do automóvel e pararam diante do portão de ferro.
-- Segundo o endereço que a Janaína me passou, é essa a casa -- Isabel falou já abrindo o portão e entrando na propriedade.
-- Deus nos livre! -- André colocou a mão na testa e apertou a campainha -- Tem alguma coisa para dor de cabeça?
-- Tenho um martelo. Serve?
-- Xanda! Começou?
Helena abriu a porta sorridente.
-- Ora, se não é a gracinha do Tom que veio nos visitar? -- falou afastando-se para dar passagem -- As meninas estão reunidas com a Janaína lá na sala -- enroscou-se no braço de Alexandra -- Vem que eu te levo coisinha linda.
-- Sabe Helena, o ruim de ser bonita é que as pessoas acham que você é metida.
-- Eu não acho...
Isabel revirou os olhos para a cena, mas engoliu o sentimento que lhe invadia.
-- Vou ignorar, porque matar dá cadeia.
Na sala estava instalado o pânico. Todas falavam e tentavam se expressar ao mesmo tempo.
Isabel entrou tapando os ouvidos e foi obrigada a berrar.
-- Ei, ei -- bateu palmas -- O que é isso? Parece um bando de loucas.
Janaína se aproximou de Isabel.
-- Estávamos conversando sobre o futuro delas.
-- Conversando? Curuzesss... Vocês estavam praticando estoura tímpano.
-- É o jeito delas, André -- Janaína beijou o rosto de Alexandra com carinho e depois passou a mão para retirar o batom -- Tem alguma novidade para elas Alex?
-- Tenho -- colocou a valise que tinha na mão sobre a mesa -- Será que elas conseguem ficar quietas por alguns minutos?
-- Meninas, meninas -- Janaína chamou a atenção delas -- A Alex trouxe novidades para vocês.
Malú levantou a mão e Alex fez um gesto com a cabeça para que ela prosseguisse.
-- Desculpe a gente Tom. É que estamos sem saber o que fazer de nossas vidas. A maioria dessas garotas planejava juntar grana e largar a prostituição. Somos pobres e saímos de nossas cidades com a ideia de ter oportunidades.
Outra menina levantou a mão.
-- Meu sonho é andar pela rua como uma pessoa normal, saber que eu sou normal, que eu trabalho em algo normal. Hoje em dia, quando eu ando por aí, eu fico pensando que as pessoas olham para mim e pensam: essa mulher é prostituta. Mesmo que me vista normalmente, que seja discreta. Mas, para mim, está escrito na minha testa: sou prostituta.
E mais outra...
-- Eu sou de Minas. Entrei nessa vida por necessidade mesmo. Na minha cidade eu terminei o colégio e não tinha emprego nem nada pra fazer. Minha família não sabe de nada. Acham que tenho namorado e que trabalho com ele. Meus planos eram de juntar dinheiro para abrir um negócio na minha cidade e voltar a morar lá. Mas, até hoje não consegui juntar dinheiro algum.
Alexandra sentou em uma cadeira de frente para elas.
-- Vou ser sincera. Eu poderia fazer tantas coisas para ajudar vocês meninas. Sou empresária, tenho três boates, vários restaurantes. Poderia facilitar em muito a vida de todas vocês. Mas não estaria sendo justa. Não estaria sendo justa nem com vocês e nem com a sociedade. Não resolveria um problema e sim colocaria panos quentes sobre ele.
-- Você vai abandonar a gente Tom? -- Malú perguntou com uma tristeza que dava dó.
-- Não. Nunca faria isso. Não é do meu feitio abandonar os amigos.
A mulata e as demais meninas sorriram aliviadas.
-- Então? O que vai fazer com a gente? -- Helena perguntou.
-- Eu sei que vocês deram duro lá em Angola. Trabalharam pra ca...ramba. E o que receberam em troca?
-- Nada -- Malú respondeu -- Os safados ficavam com todo o dinheiro do nosso trabalho.
-- Foi por isso que criei o MST.
-- Movimento dos sem Terra? -- perguntaram em coro.
-- Não! O Movimento das sem trans*.
-- Ahhh...
Isabel revirou os olhos.
-- Não seria justo que depois de tantos anos de trabalho vocês saissem de lá sem receber todos os direitos trabalhistas: Salários, décimo terceiro, férias, adicional noturno, intrajornada, assiduidade, prêmio de funcionária do mês...
Todos se entreolharam, exceto Isabel que logo perguntou com toda a curiosidade do mundo.
-- Como nós vamos conseguir que eles paguem essa dívida?
-- Ai é que está. O MST já conseguiu -- Alexandra abriu a valise e retirou um papel -- Aqui está. A partir de hoje estamos criando o Centro de Apoio as Ex Prostitutas. Mulheres como vocês que querem largar essa vida, mas não conseguem por falta de apoio.
-- Aqui nós vamos ensinar a pescar e não dar o peixe. Vamos fornecer cursos de informática, cabeleireira, camareira, manicure, enfim, o que for necessário -- Janaína falou empolgada.
-- A Jana está se formando em administração. Ela vai ajudar vocês em tudo o que precisarem -- Alexandra virou-se para Isabel -- Agora o mais importante... Estamos precisando de uma presidenta. Eu voto na Isa, e vocês?
-- Isa, Isa, Isa, Isa... -- berravam em coro.
Isabel não conseguia parar de chorar, pois estava muito emocionada.
-- Obrigada, meninas... Obrigada vida -- deu um beijo em Alexandra -- Eu aceito.
Muitas palmas e vivas.
André levantou o dedo antes de falar.
-- Não querendo ser estraga prazer, mas de onde vai vir a verba?
Todas olharam para Alexandra.
-- Como havia falado o MST resgatou o dinheiro de vocês, mas só poderá ser usado em causas filantrópicas como a nossa -- Alexandra colocou um cheque na mão de Isabel -- Que tal meio milhão de euros?
A festa foi geral. Abraços, choro, muita emoção.
-- Obrigada Xanda -- Isabel segurou o rosto da empresária com as duas mãos -- Sabia que você devolveu a vida a elas?
-- Até pode ser, mas vocês juntas, vão devolver a vida a centenas de meninas. Eu acredito.
-- Esse é o dinheiro do Sebastian?
-- Não. Esse é o dinheiro de vocês.
Isabel puxou-a e lhe deu um beijo apaixonado que literalmente a deixou sem ar.
-- Caramba isso é bom demais.
Isabel sorriu.
Alexandra bateu palmas para chamar a atenção das meninas.
-- Atenção! Agora façam uma fila aqui na minha frente. Estou pronta para os agradecimentos.
-- XANDA! -- Isabel chamou alto.
-- Aperto de mão paixão. Só isso.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
lucy
Em: 23/07/2016
Bacana a idéia da Alex ,mas sou a favor que cada uma das garotas
Tivesse seu dinheiro pra seguir seus planos kkkk .mas.......é melhor
do que nada..........e foi uma bela saída pra Isa trabalhar
em prol de meninas que queiram mudar o rumo do.ofício rs
Alex é terrível kkkkm dou muita risada com as tiradas dela,(((sua)))
Bjs ótimo Conto adooorei
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]